Por que motivo? “Pois perseguiram aquele a quem feriste e agravaram a dor de minhas feridas”. Qual o seu pecado ao perseguir aquele a quem Deus feriu? Que lhe é imputado? A malícia. Pois, realizou-se em Cristo aquilo que importava se realizar. Viera, de fato, para sofrer, mas ele puniu o agente da paixão. O traidor Judas foi castigado, e Cristo foi crucificado, mas redimiu-nos com seu sangue, enquanto puniu a Judas pelo preço que recebeu. Este lançou fora as moedas de prata, pelas quais vendera o Senhor e não conheceu o resgate que o Senhor pagou por ele. Isto se cumpriu em Judas (cf. Mt 27,5). Mas se considerarmos certa medida de retribuição em todos, e que ninguém pode se enfurecer mais além do poder que recebeu, como foi que eles agravaram a sua dor, ou que significa este ferimento infligido ao Senhor? Com efeito, ele fala em lugar daquele do qual recebera ao corpo, de quem assumira a carne, isto é, do gênero humano, do próprio Adão, o primeiro a ser ferido de morte devido a seu pecado (cf Gn 3,19). Por conseguinte, os homens nascem mortais, marcados pela pena; esta pena se agrava em qualquer homem que for perseguido. Pois o homem não haveria de morrer se Deus não o ferisse; porque então, tu, ó homem, te encarniças mais ainda? É pouco que tenha de morrer um dia? Portanto, cada qual carrega a sua pena; e a esta pena querem agravar os que nos perseguem. Esta pena é infligida pelo Senhor. Efetivamente, a sentença do Senhor atingiu o homem: “No dia em que dela comeres terás de morrer” (Gn 2,17). Cristo assumiu esta carne atingida pela morte. Nosso velho homem foi crucificado com ele (cf Rm 6,6). No lugar deste homem o salmista proferiu estas palavras: “Pois perseguiram aquele a quem feriste e agravaram a dor de minhas feridas”. Que dor das feridas eles agravaram? Agravaram a do dos pecados. Chama de feridas os seus pecados. Mas não olhes para a Cabeça, volta a atenção para o corpo, em lugar de quem ele falou naquele salmo, onde sua voz aparece, uma vez que ele recitou da cruz seu primeiro versículo: “Deus, meu Deus, olha-me. Por que me desamparaste?” E continua: “Longe 264 de minha salvação as vozes de meus delitos” (Sl 21,2). São desta espécie as feridas infligidas pelos ladrões no caminho àquele que o samaritano levou em seu jumento e que o sacerdote e o levita de passagem viram e desprezaram e não puderam cuidar dele. O samaritano que passava teve compaixão dele. Aproximou-se e colocou-o em seu próprio jumento (cf Lc 10,30-34). Samaritano, traduzido para o latim, é guarda. Quem é este guarda, senão nosso Salvador o Senhor Jesus Cristo? Ele ressuscitou dos mortos para não mais morrer (cf Rm 6,9). Não dormita nem há de dormir o que guarda Israel (cf Sl 120,4). “E agravaram a dor de minhas feridas”.
segunda-feira, 20 de abril de 2020
quarta-feira, 8 de abril de 2020
A Pena é o Único e Maior Aspecto Redentor na Teologia da Substituição Penal?
Existem muitos erros de
consideração em relação à teoria da redenção de Calvino, e mesmo dos
reformadores, como se a "pena" fosse o único elemento da redenção,
excluindo dela outros elementos importantes como a ressurreição, a obediência
ativa de Cristo, e mesmo o amor superabundante pelo qual Cristo nos merece a
salvação.
Não haveria, de
fato, redenção, sujeição à humilhação, se não houvesse a supereminência do amor em Cristo e no Pai sobre as demais exigências da
justiça, e isso é provado nas Institutas já que Calvino dedica páginas à
explicação desse aspecto da redenção em que a graça que recebemos e os méritos
conquistados na vida e na Cruz não se excluem.
A tônica, mesmo na substituição penal, é o amor de Deus Pai pelo qual Ele
enviou seu Filho ao mundo, e pelo qual o Filho a si mesmo se dá ao mundo, já
que mesmo para a teologia reformada não só a Cruz (como é o caso de Anselmo),
mas a vida de obediência do Senhor tem aspecto redentor.
É certo, portanto, dizer que amor e justiça se
abraçam, mas ainda seguindo a hierarquia da Escritura (Tg 2:13b), tal
misericórdia é triunfante sobre o juízo, pois é o amor a causa motora da
redenção, não o juízo, que apenas estabelece a forma da redenção, pois salvar é
ato livre e incoado de Deus.
A Predestinação e a Administração Temporal da Salvação
Uma das dificuldades que muitos possuem é sintetizar a predestinação eterna (inderrogável) com a execução da salvação no tempo.
Tanto é certo dizer que estamos sendo salvos como, da perspectiva divina, que já o fomos. Santo Agostinho expressa essa ideia dizendo que desde a eternidade já fomos justificados, santificados e que, por isso mesmo, não podemos nos perder.
No entanto a graça nos é ministrada temporalmente, e isso significa que de forma alguma é descartada a necessidade de arrependimento, santificação e da transformação paulatina do nosso ser.
Na ordem da intensão não podemos nos perder, mas na ordem da execução estamos fazendo tudo para não nos perdermos. Isso é assim porque ainda que indefectivelme salvos, o que Deus salva é a Nova Criatura que ele vai construindo pela Sua Palavra, pela fé, pelo Espírito e pelos meios de Graça, enquanto estamos no tempo.
Deus não abole o tempo para nos salvar, mas nele, no tempo, executa a nossa salvação mediante a construção daquilo que foi posto por Ele, desde a eternidade, na ordem da intenção, ou seja, daquilo que foi determinado por Deus mediante a predestinação.
domingo, 5 de abril de 2020
Sobre Mim Pesou a Tua Indignação: A Cruz como Evento da Ira de Deus Segundo a Interpretação do Salmo 88 (87) de Agostinho de Hipona
Que significa então: “Sobre mim pesou a tua indignação” senão o que pensaram aqueles que não conheceram o Senhor da glória? Sobre eles, de fato, assim aconteceu. A ira de Deus não só se levantou, mas também se confirmou, sobre aquele que eles puderam levar à morte, não, porém, uma morte qualquer, mas aquela que é considerada a mais execrável, isto é, a morte de cruz. Por isto diz o Apóstolo: “Cristo nos remiu da maldição da Lei tornando-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que é suspenso no madeiro” (Gl 3,13; Dt 21,23). Por esta razão, querendo recomendar sua obediência até a extrema humildade, disse: “Humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte”, e como se fosse pouco, acrescentou: “e morte de cruz” (Fl 2,8). Por causa disso, a meu ver, também neste salmo vem em seguida o versículo: “E todos os teus vagalhões”; ou conforme outros traduziram: “todas as tuas ondas”; ou, segundo outros: “Todas as tuas vagas arremeteram contra mim”. Encontra-se em outro salmo: “Todas as tuas ondas e vagas sobre mim passaram” (Sl 41,8). Ou conforme outros traduziram melhor: “atravessaram sobre mim”. Pois, encontra-se no grego: dielton e não: eiselton. Onde se encontram ambos os termos: vagalhões e ondas, não puderam substituir vagalhões por ondas. Explicamos vaga-lhões como sendo ameaças, e ondas as próprias paixões 2 . Ambas provêm do juízo de Deus. Mas ali foi dito: “Todas sobre mim passaram” e aqui: “Todos arremeteram contra mim”. No primeiro, embora certas coisas aconteceram, no entanto todos os males a que alude, “passaram sobre mim”, diz o salmo; aqui, porém diz: “arremeteram contra mim”. Passam, não atingindo como os vagalhões, ou tocando como as ondas. Após: “todos os vagalhões” não disse: passaram sobre mim, mas “arremeteram contra mim”. Quer dizer que todas as ameaças se realizaram; ameaçavam, porém, enquanto estava iminente na profecia do futuro tudo o que foi predito acerca da sua paixão.
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AGOSTINHO - Comentário aos Salmos. Salmo 87; Paulus. p. 895, 896
Epístola de Atanásio a Marcelino: A Cruz e o Filho como o Alvo da Ira
Eles perfuraram minhas mãos e meus pés - o que mais isso pode significar, exceto a cruz? e os Salmos 88 e 69, novamente falando na própria pessoa do Senhor, dizem-nos ainda mais que Ele sofreu essas coisas, não por Seu próprio bem, mas por nós. Tu fizeste a tua ira repousar sobre mim, diz aquele; e o outro acrescenta, paguei coisas que nunca peguei. Pois Ele não morreu como sendo Ele próprio passível de morte: Ele sofreu por nós e suportou em Si a ira que foi a penalidade de nossa transgressão, assim como Isaías diz: Ele mesmo suportou nossas fraquezas. [Mt 8:17] Assim, no Salmo 138 , dizemos: O Senhor fará um recital para mim ; e no 72 o Espírito diz: Ele salvará os filhos dos pobres e humilhará o caluniador, pois da mão do poderoso libertou o pobre, o carente a quem não havia ninguém para ajudar.
terça-feira, 31 de março de 2020
Tomás de Aquino e o Sacrifício de Cristo como Uma Substituição de Tipo Penal
Do acima exposto ainda se depreende que foi conveniente ter Cristo sofrido a morte não somente para dar exemplo de desprezo da morte por causa do amor da verdade, como também para purificar os pecados dos outros. Com efeito, realizou-se isso enquanto ele, que era isento de pecado, quis sofrer a morte por causa do pecado, recebendo em si a pena devida aos outros e satisfazendo por eles.
Embora a graça de Deus somente seja suficiente para a remissão dos pecados, como opinava a décima-nona objeção, contudo, para essa remissão também algo é exigido da parte de quem o pecado é perdoado, a saber, dar satisfação a quem ofendeu. E como os demais homens não podiam fazer isso por si mesmos, Cristo o fez por todos, sofrendo por caridade a morte voluntária.
Embora para punição do pecado seja necessário a punição de quem pecou, como opinava a Vigésima objeção, contudo, na satisfação um pode carregar o castigo do outro. Porque, sendo a pena infligida pelo pecado, pondera-se a falta de quem é punido. Mas, na satisfação, quando alguém assume voluntariamente a pena, para aplacar quem ofendeu, pondera-se a caridade e a benevolência de quem satisfaz, que se mostram extremas quando algum assume a pena do outro. E, assim, Deus aceita a pena de um pela do outro, conforme acima foi demonstrado.
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TOMÁS DE AQUINO - Suma Contra os Gentios. IV, LV, 19-20a
sábado, 28 de março de 2020
Cristo Tomou Sobre Si o Nosso Castigo: Agostinho Contra Fausto, o Maniqueu
Texto em latim: Factus pro nobis maledictum: sicut non timuit dicere: Pro omnibus mortuus est. Hoc est enim, mortuus est, quod maledictus; quoniam mors ipsa ex maledicto est, et maledictum est omne peccatum, sive ipsum quod fit, ut sequatur supplicium, sive ipsum supplicium, quod alio modo vocatur peccatum, quia fit ex peccato. Suscepit autem Christus sine reatu supplicium nostrum, ut inde solveret reatum nostrum, et finiret etiam supplicium nostrum.
Texto em espanhol: "Se hizo maldición por nosotros, igual que no temió decir: Murió por todos. Este murió es lo mismo que se hizo maldición, porque la misma muerte procede de la maldición y maldición es todo pecado, tanto aquel a cuya comisión sigue el castigo, como el mismo castigo, al que con otro nombre se le llama pecado, porque procede del pecado. Cristo tomó, sin la culpa, nuestro castigo, para borrar con él nuestra culpa y dar fin también a nuestro castigo."
Texto em português: "'Se fez maldição por nós', como não teme dizer: por todos. Este que morreu é o mesmo que se fez maldição; porque a mesma morte parte da maldição e maldição é todo pecado, tanto aquele do qual se segue o castigo, como o próprio castigo [morte], que com outro nome se nomeia pecado, que procede do pecado. Cristo tomou sobre si, sem culpa, o nosso castigo, para apagar a nossa culpa e para por fim ao nosso castigo."
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AGOSTINHO - Contra Faustum Manichaeum Libri Triginta Tres. Liber XIV. IV - texto traduzido do latim por mim, com o cotejo do texto em espanhol.
AGOSTINHO - Contra Faustum Manichaeum Libri Triginta Tres. Liber XIV. IV - texto traduzido do latim por mim, com o cotejo do texto em espanhol.
OBS: O trecho em inglês me foi passado também pelo pr. Frankle Brunno.
Agostinho, Cristo e a Aceitação Vicária da Pena a Nós Devida
"A casta união conjugal não é culpada, mas o pecado original acarreta a merecida pena. O marido não é mortal enquanto tal, mas devido ao pecado. O Senhor também era mortal, mas não por causa de algum pecado. Aceitou a pena que merecíamos, e assim apagou a nossa culpa".
Trecho final em latim: "Erat enim et Dominus mortalis, sed non de peccato: suscepit poenam nostram, et ideo solvit culpam nostram".
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Enarrationes in Psalmos. L.X - Paulus. vol. I, p. 909
OBS: O pr. Frankle Brunno me mandou o trecho em inglês do Salmo.
Nougué, Evangélicos e os Profetas; Ou: Só Deus Pode Nos Salvar
Não nos esqueçamos que o Carlos Nougué, que hoje está do lado certo da luta, ontem dizia que estava feliz pela possibilidade da eleição do atual governo porque afirmava que isso traria para o Brasil a possibilidade de instauração da verdadeira "hispanidade" - seja lá o que isso realmente signifique, além de uma quimera inaplicável, a julgar pela estrutura arregada daquele esboço de "plano político" que ele produziu, que quer ser uma coisa mais santa do que o próprio Jesus Cristo.
Estamos ruins de profetas, pois até aquele tido como a cumeira do ensino tomista está falhando na sua toada oracular. Do outro lado temos evangélicos tresloucados que tomam por fé aquele tipo de ação que Jesus recusou ter em sua luta contra Satanás, pois Jesus tomou, como as coisas devem ser, a ação temerária como verdadeira tentação a Deus.
Enfim, é como tudo sempre foi: só Deus pode nos salvar!
A Fé e a Nossa Leve e Momentânea Tribulação
Obviamente se firmam em espírito aqueles que mesmo em meio às trevas tem a consciência de que o amor, a bondade e a beleza - que são reflexos do ser de Deus - possuem uma continuidade que resiste à degradação de tudo aquilo que está sujeito à cruz do tempo.
Cristo, na cruz, em nada perdeu daquilo que era, porque aquilo que era, em sua grandeza, em nada dependia do estado do mundo, sendo que a grandeza da ressurreição só prova a superação e a vitória na pessoa de Cristo de todos os aspectos negativos que marcam este mundo.
Que assim como Cristo, que em nada dependia do mundo para ser o que era, que possamos nós vencer, pela fé, a degradação que busca nos assaltar através da angústia e da desesperança, mantendo nossa mente firme no Deus que, em relação a este mundo, ultrapassa em glória e poder toda nossa leve e momentânea tribulação.
sábado, 21 de março de 2020
Ambrósio de Milão e a Defecção da Liturgia da Sé Romana
Ao que tudo indica, não parece que Ambrósio, bispo de Milão - cidade situada na península itálica, como Roma -, reconhecesse a autoridade absoluta da liturgia romana sobre si, mas ao contrário, atribui a ela, com base nas Palavras Evangélicas, uma certa defecção.
Segue o texto:
Segue o texto:
"Nós não ignoramos que a Igreja de Roma não tem esse costume [do lava pés], da qual seguimos em tudo exemplo e forma. Contudo, ela não tem esse costume de lavar os pés. Considera, porém, que ela o deixou de lado por causa do grande número. Há também aqueles que dizem, tentando desculpá-la, que isso não se deve fazer no mistério, não no batismo, não na regeneração, mas que se deve lavar os pés como se fossem de hóspede. Contudo, uma coisa é a humildade, outra a santificação. No entanto, escuta: é mistério e também santificação: "Se eu não lavar os teus pés, não terás parte comigo" (Jo 13:8). Não digo isso, porém, para repreender outros, mas para que eu exerça as minhas funções. Desejo seguir em tudo a igreja romana, mas nós também temos razão humana. O que, em outro lugar, se observa de maneira mais correta, nós também guardamos de maneira mais correta". (Sobre os Sacramentos. Livro II.V - Paulus. p. 49)
Essa passagem de Ambrósio fulmina a ideia de uma indefecção invencível de Roma reconhecida desde sempre por todo o orbe desde o início do cristianismo, assim como a sua autoridade infalível divinamente estabelecida reconhecida sobre todo o orbe terrestre desde o início do cristianismo.
sexta-feira, 20 de março de 2020
Agostinho, a Teologia Pneumática e a Ceia do Senhor
É muito disputada a questão de se a teologia do sacramento da Ceia em Agostinho se alinha à teologia da transubstanciação ou não. Há evidentemente, para quem conhece os textos agostinianos, a certeza de que Agostinho cria numa presença real, porém pneumática, de Cristo na Ceia.
No tratado nº XXVI.XII sobre o Evangelho de João, Santo Agostinho literalmente afirma: "Hic est ergo panis de coelo descendens, ut si quis manducaverit ex ipso, non moriatur. Sed quod pertinet ad virtutem Sacramenti, non quod pertinet ad visibile Sacramentum: qui manducat intus, non foris; qui manducat in corde, non qui premit dente".
Na versão em espanhol do texto temos: "Éste es, pues, el pan que desciende del cielo, para que, si alguien comiere de él, no muera. Pero en cuanto a lo que se refiere a la fuerza del sacramento, no en cuanto se refiere al sacramento visible: quien lo come dentro, no fuera; quien lo come con el corazón, no quien lo aplasta con los dientes".
Em uma tradução livre do latim para o português que eu e o Joel Pereira (mais o Joel Pereira) fizemos desse texto temos: "Este é o pão que desceu do céu, para que se alguém comer dele, não morra. Mas no que diz respeito à virtude do sacramento, não no que se refere ao sacramento visível: quem o come por dentro, não come por fora; quem come com o coração, não quem o pressiona com os dentes".
Aqui está uma das passagens que atesta a noção da recepção espiritual de Cristo no sacramento da Ceia por parte de Agostinho, e que obviamente não pode ser pareado à noção da recepção literal da substância mesma do corpo de Cristo na Ceia, pois: "Utquid paras dentes et ventrem? crede, et manducasti" - "Por que prepara os dentes e o ventre? Creia e terá comido" (Tratados sobre o Evangelho de João XXV.XII).
quinta-feira, 19 de março de 2020
Realizar Contenção e Suspensão de Atividades de Igrejas em Meio a Crises é Falta de Fé?
Quem acha que cura divina é direito e não graça, está em vias de tentar a Deus só por achar que Deus está assim à nossa disposição para usa-lo ao nosso bel-prazer.
Deus cura? Obviamente cura, mas isso é graça e não direito. Portanto o critério de suspender a atividade em Igrejas ou de reduzir a sua frequência não indica, de forma alguma, falta de fé, antes indica amor ao próximo e cuidado - coisas que estão, por definição, contidas no significado mesmo do Segundo Grande Mandamento.
Não há mandamento que nos diga: curará o seu próximo como a ti mesmo; há antes: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Adquirir o caráter da bondade e beneficência é ainda um dos maiores milagres alcançados do Senhor Deus e isso porque não é a fé maior do que o amor, antes o amor é o legislador da fé.
Portanto, é justamente por isso que ser temerário, colocando uma suposta qualidade de fé acima do amor devido, é tudo, menos cristianismo.
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