O
erro do pensamento de classes, no caso daquele que distingue o rico do pobre, é
tomar tais classes como princípios morais a determinar a essência própria da
pessoa pertencente a uma classe ou à outra: por exemplo: uma classe (a rica ou
a pobre) é composta por indivíduos essencialmente maus e a outra é composta por
indivíduos essencialmente bons.
Tal
pensamento dualista e reducionista anula o indivíduo e sua história, diluindo o
mesmo em meio a generalizações fáceis e perversas.
É estranho tal pensamento, já que o mesmo não difere em nada do pensamento
nazista: o judeu é essencialmente mau. Aqui temos a operação da inversão, sendo
o acidente (o fato de alguém ser mal ou bom - o que é uma qualidade moral
adquirida derivada de escolhas históricas) colocado antes da substância (o
fator humanidade do ser humano, pois subtraindo a humanidade não existem
classes - e ser humano é escolher, e ele continua fazendo escolhas morais, boas
ou más, independente da classe a que pertença como o judeu, rico ou o pobre).
A
partir deste ponto de vista, independente do que alguém faça ou pense, o
indivíduo - pertencendo a um classe ou outra - já está, de ante mão, condenado
pelo "tribunal da história" - e este "tribunal da história"
é a anulação da própria História, que é a História onde seres humanos fazem
escolhas boas ou más.
É
aqui que o pensamento marxista e progressista - cujos modos estão
implacavelmente colados majoritariamente à imaginação do establishment universitário
(e mesmo em grande parte dos acadêmicos de Teologia) - peca ferozmente.
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