Incrivelmente Heidegger também foi contra o mundo moderno, e contra a mortificação gerada pelas máquinas, pela indústria, pela política "burguesa", e pelo modo vazio da vida moderna, ou seja: Heidegger era uma alma romântica encantada pela vida prosaica do campo e aterrorizado com um mundo que escapava de suas mãos.
À decepção de sua alma com o mundo corresponde a sua atitude de vislumbre da possibilidade de cura do mesmo na emergência de um novo "Ser" na história, ou um reatamento ao "Ser", e nisso ele aderiu ao nazismo que prometia um retorno radical à essência espiritual do homem, oferecendo uma barreira contra a degradação da democracia e da cultura de massas.
Sua mente ditatorial e radical que oscilava entre a concepções de grandeza e de desespero acabou por aderir a uma proposta também radical, onde a possibilidade de cura da "degeneração do mundo" lhe foi plausível. Seu desespero também explica o seu romantismo e a busca de uma síntese totalizante que vai do espírito à política.
Heidegger não é o primeiro curandeiro totalitário da realidade e infelizmente também não será o último.
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