Ainda que possamos nos solidarizar com o sentimento de insatisfação geral e clamor por justiça - e isso é o máximo que podemos conceder -, não dá para deixar de fazer a constatação de que o pessoal que está pedindo intervenção militar está, nesse assunto, com a cabeça literalmente na lua.
O Brasil não é uma ilha para viver, mais uma vez, e de forma fácil, um golpe militar. Temos acordos jurídicos estabelecidos mundo afora, acordos comerciais e por isso não estaríamos isentos de embargos na área econômica por parte de países importantes. Isso significa desemprego, perda de benefícios sociais por causa da queda de arrecadação de impostos, prejuízos na saúde etc.
Aqueles que deitam os cabelos e que estão surtados na choradeira de aumento de preços nem imaginam o que seria um país sem estabilidade jurídica e política. Corte em exportação, perda de parceiros comerciais e aumento de preços, certamente, seriam parte da crise.
Por outra, não estamos na década de 60 onde a informação corria à velocidade de tartaruga, onde a grande parcela da sociedade nem tinha acesso à comunicação telefônica. As pessoas mal se comunicavam por cartas e hoje temos mais celular do que gente no Brasil.
Como um governo assim iria quebrar o fluxo de informações sem prejudicar o comércio, por exemplo? Aqueles que ficam dando provas de seus delírios na internet criticando a política teriam, por falta da liberdade de criticar o governo, que se recolher aos seus aposentos para secretamente dar uma babada afim de obter alívio para a crise de abstinência.
Queridos, se estou sendo ácido nos meus comentários, não se esqueçam de que há outros que estão sendo loucos.
É claro que vivemos em tempos de crise, e como disse, eu me solidarizo com todos vocês. Mas isso não significa que a raiva seja a boa solução somente por que conduzida na crista de determinados desejos pesados de justiça. Não!
É como disse um certo autor: "O caminho para o inferno é pavimentado pelas boas intenções".
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