A questão da encarnação pode suscitar dúvidas e erros ao considerarmos a humanidade e a divindade de Cristo. Muitos erros podem ser cometidos ao tentarmos considerar o fato de que Jesus é completamente homem, mas que também é completamente Deus.
Seguem a cerca disso certas considerações:
1) Jesus não perde nenhuma perfeição enquanto Deus ao assumir a humanidade na encarnação;
2) A humanidade de Jesus não é "divinizada" no sentido de que a carne deixa de ser humana, local, e reconhecível por todos os acidentes notáveis na matéria corpórea (extensão, cor, altura, localidade etc.), como pensam erroneamente os miafisitas (ou monofisitas);
3) O que se diz da encarnação é que Jesus deixou de aplicar seus atributos divinos constantemente à sua humanidade;
4) As notas da humanidade de Jesus são evidentes pelo fato de que Jesus enquanto homem cresceu, se fortaleceu, aprendeu, se aperfeiçoou, se deixou circuncidar etc.;
5) Isso não significa que enquanto logos divino Jesus deixou de governar o universo, ser onipotente, onipresente e onisciente, ou abandonou a sua imutabilidade, passando de um estado a outro, como crêem os kenoticistas.
6) O mistério da encarnação afirma a unidade entre o Logos divino e a humanidade, sendo que ela não altera nenhuma das naturezas assumidas na hipóstase: o que é da natureza humana permanece sendo da natureza humana; o que é da natureza divina permanece sendo da natureza divina;
7) Esse mistério se torna luminoso no evento da Cruz: é certo falar que "Deus morreu na cruz", contudo a defecção do passar da vida para a morte é algo que ocorre apenas na humanidade, e a impassibilidade divina de Cristo é algo que se dá apenas na sua divindade, embora digamos que na hipóstase (pessoa) de Jesus Deus morre, ao mesmo tempo que Deus vive.
Nenhum comentário:
Postar um comentário