É interessante perceber nos
escritos de Leibniz o foco dado à dimensão espiritual do homem, para as
condições do saber, e para as implicações dos sistemas de pensamento, dando à
dimensão inescrutável da liberdade e do mistério divino da vida, uma importância
que só pertence às coisas que escapam da lógica como sistema, e do universo
político, visto que no mistério espiritual reside o ponto fundamental da vida
e, por isso, da verdade.
Em consonância com estas pegadas, Edmund Burke, estadista inglês e um dos fundadores do pensamento
liberal conservador, disse que o problema moral antecedia o problema político,
assim como a ação da alma e o espírito precedem a ação histórica,
conformando-a. Neste sentido, o estado da alma e da mente, e a saúde dos
mesmos, são necessários para a existência saudável de uma nação, visto que a
cultura - antes mesmo do fator econômico - determina a vida de um povo.
É sinal de doença grave
quando tudo se resume à política, não deixando espaço para outros temas mais
importantes, como a compreensão acerca dos valores e da moral, pois é nisto que
reside o eixo de orientação humana, ou a fonte de todo o problema - o ponto
matemático.
Neste sentido, o momento
presente é de reclusão, estudo, reflexão, na tentativa de chegar à consciência
de si mesmo; ser repleto de forças plásticas, estéticas, e buscar revigorar o
espírito, para saber conscientemente por onde ir, tendo uma visão estendida
sobre as coisas desta vida. Temos, por tanto, um problema travado com a nossa
alma, com a compreensão das coisas; em suma: temos um problema a ser tratado
com o nosso espírito: fonte originária de toda a vida.
Temos que ter um
compromisso espiritual, uma luta de morte conosco, uma tentativa de
mortificação, reformulação para buscar a superação e compreendermos aquilo que
vem primeiro, e lutar por obedecer o Primeiro Mandamento - amar a Deus (a
Verdade Absoluta) acima de tudo -, para que então, e somente então, possamos
estar plenamente habilitados, no campo da história, a praticar o Segundo, que é
amar o nosso próximo como a nós mesmos.
Quem vem comigo?
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