No entanto, hoje, a crítica da religião - que é grandemente utilizada pelas Igrejas Neopentecostais em seu apelo conversionista, ou por movimentos cristãos contemporâneos - é justamente o inverso do que pensava Barth: trata-se da destruição sistemática do Evangelho, e da tradição cristã em nome de um apelo ao "novo", do suplantar de muitas das bases teológicas com o intuito de abrir a fé aos novos tempos, numa tentativa de travar um "diálogo" com os "apelos" destes "tempos", o que poderia culminar em uma síntese ou construir uma ponte entre movimentos culturais e Evangelho, já que tais movimentos podem e devem ser absorvidos pelo Evangelho, lançando um passado de interpretações na lata do lixo da história para que seja possível uma resposta adequada às "novas perguntas", o que demanda "novas respostas".
Portanto, apesar de a visão de Barth ser sujeita a sérias críticas - e eu tenho sérias críticas ao pensamento barthiano com relação a religião -, muito do que vemos hoje como "crítica da religião" seria anatematizado por Karl Barth, pois a nova "crítica" trata-se de uma forma que nada tem de muito restaurador, já que Barth construiu as bases de sua Crítica como Teólogo da Palavra em uma recuperação das fontes da fé na teologia bíblica, em teólogos e pregadores patrísticos (os primeiros teólogos cristãos), nos teólogos reformados, e na restauração para a teologia protestante dos conteúdos tradicionais dos Credos e dos dogmas fundamentais da fé, não sendo Barth, por tanto, nenhum modernista, mas sim um destruidor da síntese entre teologia e cultura, lançando fora, em seu tempo, por muitos anos, qualquer diálogo com o "espírito dos tempos", já que isto seria um tanto desnecessário para a Salvação do Homem.
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