terça-feira, 7 de julho de 2015

O Ministério da Espada e o Serviço ao Próximo


Tem gente fera em oferecer a face para bater pela segunda vez - não a sua, mas a do outro - quando, por exemplo, se escandaliza com a existência do poder policial.

É fácil pedir paciência, tolerância, "sentimentos humanos" quando não somos nós quem sofre. É fácil pregar a "doutrina" do "oferecer a face", - o que soa como uma saída fácil para se eximir de problemas urgentes que necessitam de respostas também urgentes.

O humanismo às avessas, ao pregar a doutrina do "oferecer a face", corrompe aquilo que Cristo disse - que quando disse isso, estava a censurar a guerrilha dos Zelotes, que queria fazer frente ao poder quase invencível do Império Romano (esclarecendo, por tanto, que a prioridade era conservar a vida sua e dos seus, não praticando um "suicídio heróico" - algo que tem paralelo na exortação de Jeremias aos judeus no caso da invasão do rei da Babilônia, que era o "anti-cristo" do Antigo Testamento).

Por tanto, quando exortam a dar para bater a face pela segunda vez, parece que tais pessoas estão fazendo pouco caso de suas vidas e das vidas daqueles que estão próximos - invertendo, por tanto, o sentido concreto do Segundo Mandamento (pois necessário se faz amar o próximo contra a tirania de terceiros).

É, por tanto, justamente neste contexto do serviço ao próximo que entra a autoridade que traz o juízo ainda em vida (Rm 13.1-7), o poder policial e o poder da punição - o Poder da Espada, ou Ministério da Espada, como dizia Lutero.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Os Direitos do Ovo e o Bater das Palmas


A sabedoria que fez história e que construiu instituições sólidas, invariavelmente se valeu de uma forma de governar onde com uma mão se recompensava o que era bom, e com a outra se punia o que era mal.

No entanto o que nós vemos nos dias de hoje é que - até mesmo no que toca o assunto sobre a redução da maioridade penal - muitos pertencentes à camada pensante, em nome do "bem", deceparam a mão da punição na ilusão de que a satisfação sem a contraparte - até dolorosa - da disciplina, dos limites, pode gerar um estado de bem-estar e de bondade no ser humano.

É aqui que reside o pecado: eles ignoram deliberadamente que a repressão das pulsões sejam elas sexuais ou a repressão da ira (a pulsão da destruição) através da disciplina é o que cria o homem razoável e pronto para a vida, como dizia Edmund Burke: "Está ordenado na eterna constituição das coisas que os homens de espírito intemperante não podem ser livres. As suas paixões forjam os seus grilhões", sendo que acrescentaria, a este final, algo mais: "As suas paixões forjam os seus grilhões e os dos outros".


Mas é comum da mentalidade moderna a busca permanente do gozo, de uma vida lisa, sensual e sem atritos nenhum, o que desemboca na -irreconciliável - busca de direitos sem algum dever - uma espécie de prazer sem compromisso, que até a pouco era tido como algo contra o qual se protestava. E esta par vir ainda, se não que já é, o dia em que a irreconciliabilidade das exigências em nome do gozo e do humanismo se manifestará, por exemplo, na busca pelos "direitos do ovo", que sendo quebrado por parte da ave que lhe vem de dentro, teria os seus direitos violados em sua constituição de "ovidade", ou que, decepada uma das mãos que moldam a civilização, ainda haverá quem dela exija o barulho do bater das palmas.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

A Muralha de Jerusalém


Hoje Deus falou comigo algo que há anos vem tomando corpo em minha mente. No entanto eu não tinha uma alegoria ou metáfora a altura deste pensamento para ilustrar a ideia.

Bem, mas a ideia é o seguinte: a Muralha de Jerusalém é fruto da Lei. Peguemos as muralhas pela cultura, e a Lei pela razão que consolida a cultura. A Lei, por tanto, é o Espírito da Cultura, a fundamentação da cultura e dos "muros".

Todos sabemos que é justamente o pecado nas narrativas Bíblicas que ocasionou a destruição de Jerusalém (a cidade de Deus) - que era, grosso modo, o sinal concreto de Deus no mundo. Isto é: o espírito da loucura, da confusão, da anarquia e da transgressão - uma espécie de niilismo, por assim dizer - que promoveu a corrosão do tecido cultural de Judá - ou seja, a tendência para a transgressão da Lei de Deus -, que acabou levando para os ares aquilo que protegia a cidade em última instância: a obediência para a vontade divina.

É interessante notar que o conteúdo Bíblico não trata de coisas acessíveis por mera crença. Não é, por tanto, constituído por coisas que não se encarnam na história, encarnação esta por meio da qual experimentamos a concretude daquilo que chamamos de Palavra de Deus, pois há muito de sabedoria - que, grosso modo, é a intuição dos princípios metafísicos ou primeiros - e de moral na Escritura Sagrada, ou seja: de conteúdo prático.

Qualquer um que tenha passado os seus olhos pelos Dez mandamentos sabe que ali a única coisa que se faz é não se lidar com abstratismos, mas sim com tabus e leis por meio das quais conseguimos intuir a intenção de organização social dos Israelitas - já que a Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia) é um verdadeiro código de leis que regulamentam as relações sociais, assim como oferece o princípio metafísico (ou espiritual) necessário para a coesão da cultura israelita, cuja veracidade foi atestada por sinais e milagres realizados em meio ao povo (já que o fundamento da verdade é exclusivamente espiritual).

Por tanto existe um conteúdo noético (ou racional) fundamental em toda a Bíblia, cujo axioma (ou o espírito fundamental) é o primeiro mandamento ("Não terás outros deuses diante de mim" Ex 20:2). E tal conteúdo noético é prontamente atestado na vida prática. Por tanto os Dez mandamentos e o restante da Escritura Sagrada constrói, por assim dizer, toda uma Muralha cultural que protege a vida do povo que aceita o Primeiro Mandamento, e que é toda constituída por tabus e princípios, e que não nos deixa cair em um niilismo (ausência de razão, sentido ou de crença na existência da verdade) que tende a devorar tudo o que existe ao ser redor - que é para onde o nosso mundo caminha, para a ausência total de referências, de sentido e de fundamento. A fé cristã, por assim dizer, fornece um fundamento, uma pedra angular com base na qual toda uma civilização pode se erguer e se manter de pé.

Contudo a secularização radical do nosso Ocidente tem lançado as sementes de um acosmismo (uma realidade destituída de ordens e princípios) cujo fim é a aniquilação - e isto com a ajuda de certos cristão e pensadores (que eu mesmo costumo chamar de "iluminados"). Mas como a natureza abomina o vácuo, sempre terá algo a substituir este vazio. Pois com a destruição destas bases civilizacionais, sempre haverá um estado de anarquia incipiente que depois será substituída por uma "ordem da força", pela empreita do mais forte e por um autoritarismo mordaz, já que a própria natureza do relativismo é, em si, absolutista (tal como ilustra a destruição de Jerusalém e a tomada dela por um ditador da Babilônia - reino este que era o centro da transgressão moral, promiscuidade, arbitrariedade, violência contra crianças, escravidão etc).

Estamos vendo tudo isto diante dos nossos olhos. E se o Ocidente é a fortaleza de Deus (a Jerusalém, por assim dizer), a sua apostasia diante de filosofias autoritárias, homicidas, escravocratas, promíscuas e libertinas é o sinal da destruição dos Santos dos Santos - de onde se espera o perdão e a misericórdia, já maltratados, por exemplo, diante da ausência de justiça no afago crescente que se faz a criminosos e a tudo o que não presta neste mundo.

Na medida em que vamos corroendo as bases daquilo que pode manter entre nós a ordem, na medida em que rompemos os nossos muros noéticos, na medida em que, mais e mais, o que é digno de respeito vai sendo nivelado ao valor daquilo que não merece dignidade, e na medida em que o Homem se coloca como medida de todas as coisas do Universo - tornando, por tanto, o próprio Universo insustentável, e oferecendo a ele uma eternidade podre (já que o fim do homem é o apodrecimento) -, vamos, mais e mais, caminhando para um doloroso e amargo fim.

O que vemos é a destruição das nossas Muralhas Culturais, com base na corrupção da nossa espiritualidade cristã que unificou o Ocidente. E como diz as pessoas normais, simples e que sacam de início as coisas: é tudo falta de Deus.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Traíram Marx

   
   Vejamos uma passagem célebre de Karl Marx sobre uma ideia permanente no movimento revolucionário com relação à família, e que hoje não pode reclamar - por um aspecto - ser uma herança legítima de todo aqueles que cobram um igualitarismo marxista em sentido estrito.

   Segue o texto:

   "Abolição da família! Até os mais radicais ficam indignados com essa infame intenção dos comunistas. 

   Sobre que fundamento repousa a família atual, a família burguesa? Sobre o capital, sobre o lucro privado. A família plenamente desenvolvida existe apenas para a burguesia; mas encontra o seu complemento na ausência forçada de família entre os proletários e na prostituição pública" (MARX, Karl. Manifesto do Partido Comunista; Ed. Martin Claret. p. 63).

   Se o argumento "traíram Marx" pode ser utilizado de maneira honesta - porque somente se utiliza este argumento para negar o Monstro criado pela filosofia comunista - hoje vemos uma real traição - no sentido pleno da palavra - aos pressupostos marxistas quando a maioria esmagadora da ala esquerdista defende a união civil de pessoas do mesmo sexo.

   Mas uma coisa é certa: o fetiche dos comunistas por tudo aquilo que é burguês permanece intacto como uma constante. Com isto podemos afirmar: nada mais burguês do que um desejo por família.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Nota Sobre a Hipocrisia


   Tem uma galera que se escandalizou porque teve um deputado que estava vendo material pornográfico durante a plenária de votação da R.P. - o que, disseram, tornava uma infâmia a própria votação e a decisão de mais de 400 deputados, assim como, de quebra, o conteúdo aprovado pela reforma. Sei, sei.

   Mas - lembro - que durante uma campanha em 2013 por parte da ala LGBT, muitos disseram - até um pastor presbiteriano do RJ chamado Marcos Amaral -, que "não se poderia aliar agenda moral e agenda política" na confecção das leis. Bem, não entrando no mérito da questão (nem mesmo a questão LGBT), vemos que não é bem assim que funciona o princípio que que rege a ação política, já que, dependendo das conveniências de cada caso, a moral entra ou não entra no jogo.

   Isto só demonstra como vivemos em um país curioso, onde alguns partidos de esquerda promovem, por exemplo, a ideia de que crianças entrem em contato com material pornográfico (didático, para pacificar o assunto) distribuído pelo próprio governo, ou a ideia sinistra que apoia que a criança possa fazer a mudança de sexo sem o consentimento dos pais - e tudo na crista de uma falaciosa filosofia de identidade de gênero -, e que, dependendo das conveniências, deita os cabelos quando alguém assiste material pornográfico em plena sessão da Câmara.

   Essa é a política abjeta que, ao longo dos anos, foi gestada no Brasil e que e contaminou as mentalidades. E é por coisas assim que vemos que, no fundo, a validade de um princípio em política não está em sua veracidade, mas sim no potencial de aproximar alguém do poder apenas pelo poder - e, por isso, aqui, a mentira ou a contradição não são meros acidentes de percurso, mas sim um método, um caminho.

Operação da Inversão



   O erro do pensamento de classes, no caso daquele que distingue o rico do pobre, é tomar tais classes como princípios morais a determinar a essência própria da pessoa pertencente a uma classe ou à outra: por exemplo: uma classe (a rica ou a pobre) é composta por indivíduos essencialmente maus e a outra é composta por indivíduos essencialmente bons.

   Tal pensamento dualista e reducionista anula o indivíduo e sua história, diluindo o mesmo em meio a generalizações fáceis e perversas. É estranho tal pensamento, já que o mesmo não difere em nada do pensamento nazista: o judeu é essencialmente mau. Aqui temos a operação da inversão, sendo o acidente (o fato de alguém ser mal ou bom - o que é uma qualidade moral adquirida derivada de escolhas históricas) colocado antes da substância (o fator humanidade do ser humano, pois subtraindo a humanidade não existem classes - e ser humano é escolher, e ele continua fazendo escolhas morais, boas ou más, independente da classe a que pertença como o judeu, rico ou o pobre).

   A partir deste ponto de vista, independente do que alguém faça ou pense, o indivíduo - pertencendo a um classe ou outra - já está, de ante mão, condenado pelo "tribunal da história" - e este "tribunal da história" é a anulação da própria História, que é a História onde seres humanos fazem escolhas boas ou más.


   É aqui que o pensamento marxista e progressista - cujos modos estão implacavelmente colados majoritariamente à imaginação do establishment universitário (e mesmo em grande parte dos acadêmicos de Teologia) - peca ferozmente.

sábado, 23 de maio de 2015

Senso Comum e Pensamento



   Confesso: chego no espaço democrático (Facebook, por exemplo) para ficar deprimido. Tenho certeza imensa de que aquele que cunhou a frase "vox populi vox Dei" (voz do povo, voz de Deus) deveria estar com uma imensa vontade de pecar, jogando o nome e a sua memória na lata do lixo da história, ou com vontade de lançar afagos para a grosseria afim de conquistar um determinado "prestígio". Penso que a transformação da vontade do "povo" - e isso não quer dizer que não se deva levar a sério o senso comum - em substância canônica só serve para duas coisas, no mínimo: 1) para diluir a inteligência, criando o reino da mediocridade; 2) para a manipulação. Isto é um fato que o bom senso me obriga a aceitar. Não tenho desejo de ser político, e isto me confere a liberdade da sinceridade - mesmo entendendo que a ocultação da verdade por parte destes seja, em um regime cujo fundamento está no "povo", não seja ausência de virtude, mas obrigatório. 

   Existem algumas coisas que devemos entender de maneira definitiva: a permanência de uma aristocracia do pensamento, no terreno da história, sempre foi a condição fundamental para a subsistência e formação da civilização, e a proteção dessa contra o barbarismo. Não é por acaso que subsiste na memória nacional dos países que deram certo - para o orgulho de seu povo - nomes ligados a grandes feitos, cujo esquecimento está profundamente relacionado à decadência dos mesmos. Entre estes nomes estão clérigos, generais e sábios. E para quem pensa que toda forma de poder é absolutamente má - fruto de uma inveja que não deixa dormir -, é estranho constatar que a maior gana destes "populistas" seja justamente o poder, do qual abusam até ao clamor dos céus. Regimes fundados em um discurso populista, ralé e anti-poder não me deixam mentir: Hitler, Stálin, Mao Tsé-Tung são as grandes testemunhas deste fato no grande tribunal da história, já que esta - como já afirmou Thomas Paine - convence mais do que a razão.

   Lendo hoje o livro de Theodore Dalrymple - uma destas luzes que a providência nos lança em meio a este mundo confuso - (com qual o meu amor - a Gabriela​ - me presenteou), vejo o quanto algumas sutilezas - que são tão fundamentais quanto o ar que respiramos - escapam ao gosto e à percepção das massas. Não as demonizo, mas penso - e por uma questão de humanidade - que por sua própria natureza o pensamento não seja o lócus permanente de sua existência, e isto por uma razão simples: a vida complexa da sociedade não deu a todos o mesmo tempo para uma tarefa mais voltada ao intelecto, já que a vida a cada um deu um papel distinto (e nem por isso menos pleno de honra). A analogia sempre atual de Paulo sobre a Igreja como um corpo, cuja saúde demanda a reta execução das funções de todos os seus membros, se aplique, também, à sociedade. A camada pensante é uma determinada parte deste corpo, mas não o seu todo. E antes de um pedante vir com a ideia de que isto é "elitismo" ou "reacionarismo" - principalmente daquela ala mais "progressista" e que com uma afetação pensa que se preocupar mais com o "povo" - é importante lembrar que grande parte de uma galera mais "aberta" aqui no Brasil tem o pensamento fincado em pressupostos cuja genealogia remonta a umas quatro ou cinco pessoas. Mais "elitismo" do que isto não me cabe na mente.

   Mas voltando a Dalrymple, lendo um ensaio seu que se encontra no livro "Nossa Cultura... Ou o que Fizemos Dela" chamado "O Criminoso Faminto", não tenho como não perceber que o juízo sobre determinados fatos não podem ser feitos sem uma rica experiência de vida acumulada por longos anos, junto a uma refinada intuição de princípios e de poder de abstração, caso contrário, como poderíamos imaginar de saída a relação existente entre a criminalidade, subnutrição e a ausência de almoço em família?    

   No ensaio Dalrymple opina sobre o fato de que a subnutrição de grande parte dos presos na Grã-Bretanha esteja associado não a ausência de alimentos, mas ao desregramento que tem início na diluição da família cuja unidade leva consigo alguns hábitos tais como o almoçar ou jantar juntos. Dalrymple afirma que em suas entrevistas com presidiários subnutridos - já que ele é um médico que atua, também, em presídios -, as confissões dos maus hábitos alimentares - eles comem bolachas e chocolates - sempre vem acompanhado de uma ausência de hábitos como o preparo do almoço ou da janta, assim como a ausência de horas específicas para comer, o que também se relaciona com a pobreza afetivas destas famílias, já que tais famílias dificilmente passam horas juntos. Esta pobreza afetiva - que se constitui como a razão fundamental da desordem - é o mal definitivo da família moderna, e penso que não é difícil perceber que a destruição da própria concepção de família esteja entre um dos males fundamentais que geram o aumento da criminalidade e da violência, já que a pobreza afetiva cria a apatia frente ao outro ser humano, relações sexuais sem compromisso, filhos sem pais, aumento da miséria e sofrimento indescritível.   
     
   Relacionando o fato de que determinadas percepções são dadas a indivíduos cujo trabalho e posição permitem ter uma visão melhor das coisas com o que eu disse sobre a aristocracia do pensamento, ou elite intelectual, é certo que isto não anula o fato de que para o mais simples dos seres humanos a experiência de que a ausência de afeto seja má é algo mais do que óbvio. O senso comum sempre capta a verdade porque esta está intimamente ligada à natureza que todos partilhamos. Há um sentimento geral de estranheza e desconfiança que não passa desapercebido pelo povo, no entanto a tarefa de dar corpo a este sentimento, transformando-o em voz ou discurso já é algo mais complicado, uma tarefa que pertence aos homens de ciência e da abstração. No entanto penso que uma das razões da existência desta elite do pensamento seja proteger a massa de uma afetada e usurpadora "elite do pensamento" mafiosa que, mais do que nunca hoje, tantos males perpetram a um povo despreparado - incluindo o brasileiro, cujo gosto, por falta de opções (incluindo a mídia e algumas novelas) ainda é fundamentalmente grosseiro. Não há como passar pelo vagalhão cultural brasileiro, cujo sentimento baixo reina soberano, ileso. Todos fomos, de um modo ou outro, lesados pela criação de símbolos culturais obtusos, frívolos e mesquinhos. E como todo evento cultural de peso, as chances de concretização no reino da história daquilo que é simbolizado é alta, já que estes símbolos fornecem os padrões de ação das pessoas que desses se alimentam, e que estão presentes nas novelas (a mola mestra do raciocínio no Brasil), músicas, livros, noticiários, rádios etc.  


   Neste sentido tudo o que precisamos não são heróis (já que os verdadeiros heróis não se pensam como tais), mas de - ainda que poucas - pessoas aplicadas, regidas pelo desejo de fazer o que é certo, não traindo os seus pares e tão pouco a si mesmos, e que busquem em seus pequenos mundos a luz que ilumina suas almas. Com isto, o compartilhar da luz e a realização da boa obra serão apenas consequências.

OBS: Na foto o símbolo do Caos

sábado, 18 de abril de 2015

O "Santo"




   Aqueles que querem abolir a moral (aquela que evidencia a contradição angustiante existente em todos nós - e que, por sua vez, nos humaniza, com toda humilhação moral o faz), criam monstros, ou até mesmo afundam o mundo no tédio - pois toda a "igualdade moral" cria monstros ou causa tédio. Mas, por outro lado, podemos perceber que estes abolicionistas são os parentes mais próximos dos puritanos: detestam a noção de pecado.

   No entanto o segundo grupo ainda se reconhece como um entidade composta de pecadores - daí a sua superioridade -, enquanto que os abolicionistas - progressistas - saltam de maneira intransitiva para o mundo da santidade, querendo transformar, também, a sua conduta em "lei universal", sem serem contestados por tudo isto.


   Não se enganem: o Diabo - o relativista, igualitarista e absolutista - acredita piamente que é um Santo, acreditando também ser o exemplo mais sublime a ser seguido por todos os homens.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Violência Contra o Nada: Uma Lembrança do Holocausto


   Demorei anos para associar a falta de conhecimento com violência. Geralmente estas palavras são expressas com uma apenas: ignorância. Sendo assim, vemos o quão significativo é, para o esclarecimento desta afirmação, o evento da crucificação, onde, do alto do madeiro, Jesus clama: Pai perdoe-os porque não sabem o que fazem.  

   O genocídio nazista empreendido contra os judeus não deixou de ser algo forjado na esteira de uma fabulosa ignorância, que não sendo dolosa para a imensa maioria dos alemães, os levou a contribuir mesmo assim para a criação de um ambiente onde a hostilização aos judeus foi encarada como algo do dia-a-dia, ou como algo necessário para o “salto” rumo à concretização da supremacia alemã sobre o mundo.

   No entanto, como esquecer Goebbels, o ministro de propaganda do nazismo, que frente à contraposição da imprensa judaica da Alemanha que alertavam para o sério perigo que gravitava em torno da política racista (e incluo aqui na palavra racismo a ideia de “raça superior”, também) e antissemita de Hitler, dizia coisas como estas: “os judeus mentirosos”, e: “eles não sabem do que somos capazes"? Tudo encarado com a complacência internacional, assim como com naturalidade por aqueles que não possuíam instrumentos e cultura o suficiente para compreender o desdobramento das coisas, que avançavam com aquele perigo anunciado pela imprensa judaica.

   Governos totalitários sempre ganham um poder gigantesco com base no discurso acerca de um inimigo a se destruído, sendo que tal inimigo, invariavelmente, trata-se de um ente imaginário, um constructo mental, algo no qual se concentra todas as razões das mazelas sofridas por aqueles sobre os quais os ditadores dominam. George Orwell em sua ficção "1984" chega a falar dos “Dois Minutos de Ódio”, que era um programa que todos os habitantes da Oceânia deveriam assistir, sendo neste programa apresentado Goldenstein, inimigo terrível do povo, aquele a quem o “Grande Irmão” – o ditador da ficção – resistia e lutava em nome do povo e para o bem deste. Tudo engano.  

   Orwell foi um jornalista e romancista contemporâneo da Segunda Guerra e do “horror de Stalin”, tendo o seu romance um pé fincado na experiência geral dos seus contemporâneos. Não é a toa que o seu livro "1984" teve uma forte ressonância quando lançado, sendo considerado um grande sucesso, assim como um das maiores ficções do século XX, se não a maior. Por isso a importância de lê-lo.

   Bem, mas o que me interessa é basicamente refletir sobre a construção de narrativas que governos totalitários utilizam para unificar pessoas contra um perigo comum, assim como para se apresentarem como a âncora de salvação do mesmo povo "ameaçado". Mas não é só isso, pois a ideia de “virtude”, “pureza” e “impecabilidade” é algo constitutivo da ideologia de tais governos e seus ditadores, dispensando a ideia de que qualquer mal possa vir deles, sempre vindo de um outro - o inimigo. Tais ditadores são incapazes de fazer um mea culpa, já que a fonte de todo um mal é um "outro", um ente essencialmente mau – quase sempre uma generalização abstrata, inexistente no mundo concreto e com super poderes, mas que ainda que se trate de um construto, acabava, por uma obra maquiavélica, por ser identificado nos inimigos históricos a serem destruídos, plasmando de maneira hedionda um idealismo numa realidade concreta.    

   Tais eram nos discursos nazistas os judeus, aos quais Hitler acusava de arquitetarem uma grande conspiração capitalista internacional – já que para Hitler os Judeus eram os grandes dominadores do mundo –, que visava destruir a Alemanha, ameaçando também o mundo (argumento esposado por muitos grupos terroristas muçulmanos). A última carta de Hitler – escrita um pouco antes do fim da Segunda Guerra –, está recheada destes construtos delirantes, assim como de auto-glorificações daquele que se considerava o guia da Alemanha rumo à eterna glória. Loucuras.

   Hoje em dia em nossas terras tupiniquins, parece que ouço um eco destes delírios quando me deparo com discursos sobre uma suposta conspiração de um certo “PIG” (o “Partido da Imprensa Golpista”, que seria chefiada pela Globo, ignorando o fato óbvio de que Globo foi uma das maiores disseminadoras de ideias de esquerda – olhem o conteúdo das novelas –, sem a qual o “partido” não teria conquistado os corações e mentes), das ameaças do “Grande Capital”, assim como de ameaças da CIA, dos EUA e do “capitalismo” contra o “único governo popular do Brasil que pela primeira vez em 500 anos cuidou de verdade do povo”, ou contra a autonomia da América Latina - como afirma, hoje, Maduro. Tal ideia ganhou força e lançou raízes em faculdades de ciências humanas, assim como levou à radicalização alguns movimentos sociais que, não tendo noção de conjunto, assim como ignorando de maneira profunda a história do Ocidente nos últimos 300 anos, se põe a repetir chavões utilizados há uns 150 anos e que, quando foram postos em prática, causaram só miséria e sofrimento.

   Hoje, lembrando o grande desastre que narrativas fundadas em construtos generalistas, como no caso do Holocausto (fundado na ideia de que a raça judaica era essencialmente má), deveríamos nos voltar para dentro de nós mesmos, realizando uma reflexão profunda sobre a viabilidade das idéias que professamos, num esforço sincero para que possamos construir o nosso conhecimento e a nossa visão de mundo em dados concretos ou em opiniões possíveis que sofreram o teste do tempo, afim de não sermos cúmplices de radicalismos e não cedermos o tempo de nossa vida contribuindo com idealismo que, quando transformados em história, causam imenso sofrimento com base em um ódio violento a uma ideia de mundo, um nada, mas que no mundo concreto acaba sempre por ser direcionado contra inocentes de carne e sangue.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Visitações Compungidas da Natureza: Cobiça, Poder e Destruição

   


   Macabeth é uma peça trágica de Willian Shakespeare, e que é, também, uma profunda reflexão ética que envolve temas como: a corrupção da virtude, traição, poder, remorso e a destruição à que a cobiça pode levar aqueles que a ela se entregam.

   A fim de refletirmos com mais propriedade sobre o conteúdo riquíssimo desta obra clássica, vai aí uma citação, como segue:  

   "Está rouco o corvo que grasna a entrada fatal de Duncan em minhas muralhas. - Vinde vós, espíritos que sabem escutar os pensamentos mortais, liberai-me aqui de meu sexo e preenchei-me, da cabeça aos pés, com a mais medonha crueldade, até haver ela de mim tomado conta. Que o meu sangue fique mais grosso, que se obstrua o acesso, a passagem, para o remorso, que nenhuma visitação compungida da Natureza venha perturbar meu fero objetivo ou estabelecer a mediação entre este meu objetivo e o seu efeito. Vinde vós aos meus seios de mulher e sugai meu leite, que agora é fel, vós, espíritos servis e assassinos, seja onde for que, em vossa invisível matéria, atendeis às vis turbulências da Natureza. Vem, Noite espessa, e veste a mortalha dos mais pardacentos vapores do inferno, que é para minha fina afiada faca não ver a ferida que faz, que é para o Céu não poder espiar através da coberta de escuridão a tempo de gritar 'Pare, para'!" (SHAKESPEARE, Willian. Macbeth; ed. L&PM Pocket. p. 29)

   A fala a cima é de Lady Macbeth, esposa do virtuoso cavaleiro real Macbeth, que por seu heroísmo era admirado pelo rei Duncan, aquele a quem Lady Macberth faz menção no início de sua fala macabra na citação. 

   Logo no início do livro são apresentadas três bruxas, que à semelhança das Moiras da Mitologia Grega - aquelas três deusas cegas que mantém a vida dos homens em rolos de fios que podem ser cortados a qualquer momento - traça o destino do valoroso Macbeth, vaticinando que este virá a ser rei no lugar de Sua Majestade Duncan. 

   Ao ouvir o vaticínio das bruxas Macbeth passa a ser assaltado pelos mais diversos pensamentos frente aos quais ele se espanta. Tais pensamentos são tidos como "Vilanias da Natureza" e contradições com relação ao posicionamento altamente virtuoso que ele vinha mostrando no início da peça. O desejo pelo trono é algo que o consome, que o atormenta, e que se mostra contrário aos seus princípios, desembocando em uma tensão profunda à qual ele acaba sucumbindo. 

   No entanto, o fator que o faz ceder de maneira decisiva é a brutal cobiça de Lady Macbeth - ilustrada na citação a cima -, que decide apressar a subida de seu esposo ao trono, incitando-o de maneira persistente a levar a cabo uma emboscada contra o rei Duncan, o qual, em meio às tensões que estraçalhavam a consciência e coração de Macbeth, desejando mostrar a sua grande gratidão aos préstimos daquele que era reputado pelo rei como herói, resolve fazer uma visita à fortaleza onde aquele residia, onde, para proveito de sua desgraça, acaba por passar a noite e dormir um sono do qual nunca mais tornaria a acordar. 

   Quem leu a peça sabe que o que torna a trama de Shakespeare grande é o enredo da ação destrutiva que a cobiça traz tanto sobre Macbeth, como sobre a sua esposa, sendo esta ação a escalada da loucura que vai dominando ambos de maneira irreversível por meio das "visitações compungidas da Natureza" - o que é, ao meu ver, o dorso da obra. 

   Este conceito de Natureza em Macbeth é interessante porque ambivalente, contraditório, contendo tanto atributos perversos assim como virtuosos, sem uma divisa clara que nos desenhe uma fronteira qualitativa entre os atributos da "Natureza". Sabemos que Shakespeare influenciou tremendamente Freud, que em sua teoria psicanalítica flertou muito com a ideia do trágico, o que pode ser visto na sua teorização sobre a ação violenta das duas pulsões (Eros e Tanatos - respectivamente as pulsões eróticas e de destruição), que tinham como único objetivo demolir o Eu, levando à ideia de que o ser do homem é inescapavelmente uma cisão (uma ideia trágica), estando sujeito de maneira irresistível às visitações compungidas da Natureza, tal como podemos ver no caso de Macabeth, cujo destino fora traçado pelas Moiras. 

   Mas a reflexão que desejo fazer aqui está concentrada na ideia de cobiça pelo poder e a destruição consequente exercida pela compulsão da Natureza, que na peça se manifesta por meio de um remorso esmagador que leva Macbeth e sua esposa ao delírio - esta última se mata em um determinado momento da peça. 

   Está certo que a cobiça de Macbeth é punida por meio da revolta de seus próprios súditos que descobrem a vileza de seu amo, assim como por meio de seus amigos que escapam de sua violenta cobiça, e que acabam pedindo ajuda ao reino da Escócia para frear a vileza progressiva e destrutiva do usurpador. 

   No entanto não são estes os maiores inimigos dos Macbeths, mas sim a Natureza, a ação violenta da consciência, que movendo na mente de ambos as lembranças dos fatos produzidos pelas ações destes, acabam por implodir a sanidade de maneira decisiva, produzindo uma patologia que os segue até à morte. Como dito, nem Lady Macbeth escapa às investidas da Natureza, conduzindo-a de maneira irresistível para o caminho da loucura, ainda que antes tivesse invocado o poder das trevas para anula as impetuosas investidas feita pelas visitações compungidas. 

   Mas, por fim, vemos que a peça deseja nos conduzir à humanização, desenhando em nossa frente o perigo que cerca a ideia empregada, hoje, por niilistas que rechaçam a concepção de Natureza, ou daqueles que afirmam que o ser humano pode se "reiventar", ou se "construir", pois, como afirma Shakespeare, nada pode contra os efeitos nefastos do se entregar nos braços da cobiça vil, o que pode desmontar a alma mais virtuosa - como fora a alma de Macbeth -, tragando-a para um abismo sem fundo criado pelo levantar da própria consciência contra aquele que se entrega à loucura, subestimando a Natureza da qual toda humanidade é inalienavelmente constituída.

   Não vale a pena dar saltos subestimando a Natureza e suas visitações compungidas.       

segunda-feira, 13 de abril de 2015

A Luta Contra o Totalitarismo; Ou: 1984; Ou: Livro Clássico de George Orwell




   O livro 1984 é uma distopia que todos os "iluminados do bem" deveriam ler, pois se trata de um livro escrito após a Segunda Guerra Mundial, tendo o regime nazista nas costas e o stalinismo à frente, e que, por meio da ficção, relata o quão perigoso é a hegemonia de um Partido que busca redefinir o passado, definir o futuro e controlar o presente, arbitrando na vida particular, escolhendo o que é melhor para cada um de nós, destruindo a língua através da qual entramos em contato com o passado - a maior fonte de conhecimento sobre nós mesmos -, assim como - e isto é o pior - ter em mãos o poder sobre a totalidade da sociedade em nome do "futuro" - e isto é importante, pois qualquer partido existe para representar a sociedade e seus interesses, e não para dominar sobre ela

   O livro também mostra algo muito interessante, ilustrando como que "slogans do bem" podem servir ao rebaixamento da humanidade a condição de bichos. Isto, no livro, é feito por uma política que policia os afetos por meio de um ministério chamado "Ministério do Amor", que, em nome do bem, exercia um dos poderes mais terríveis sobre os habitantes da "Ocenânia", torturando pessoas "perigosas" ao partido, e reprimindo qualquer espécie de afeição entre homens e mulheres e entre as pessoas no geral, em nome da "sociedade perfeita" e "sem exploração".

   Também é muito instrutivo ver como que governos totalitários tendem a manipular a linguagem. No livro - como, em partes, espero ter ficado claro no que escrevi a cima - noções como "verdade", "amor", "bondade", "liberdade" e "justiça" poderiam, sob a influência da política do Partido, significar, na verdade, absolutamente o contrário daquilo que designavam originalmente. Por isso - e isto é fato - todo totalitarismo passa pela corrupção do idioma, como sugere o lema do Partido no livro: "Gerra é Paz; Liberdade é Escravidão; Ignorância é Força". 

   Enfim, 1984 é um livro que vale a pena ler.

domingo, 12 de abril de 2015

Pobreza


   Sempre fui contra a ideia de transformar a pobreza em alguma "estética". Pobreza não é estética e nem ética, é simplesmente algo a ser superado. Não é algo do qual podemos bater palmas no cerrar das cortinas.

   Quando digo que algumas teologias procuram tornar a pobreza em um atributo moral, o faço no sentido de afirmar que muitos acadêmicos fazem isto para buscar dar legitimidade a aquilo que eles chamam de "revolucionário primitivo", que teria direito a roubar, matar etc., porque pobre, porque "oprimido", porque se lança contra o "sistema". Isto é uma espécie de pensamento fortíssimo em alguns setores das ciências humanas, e de muitos "pensadores do bem", além de ser um insulto abjeto aos próprios pobres.

   Vai aí uns "versículos reacionários" para a instrução geral da galera:

   "Não seguirás a multidão para fazer o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com o maior número para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda. [...] Não perverterás o direito do teu pobre na sua demanda. Das palavras da falsidade te afastarás e não matarás o inocente o justo; porque não justificarei o ímpio" (Êx 23:2,3,6,7).

   Um indivíduo que acha que "em nome do bem", e "da justiça dos oprimidos" se acha no direito de matar, traficar e roubar - tal como assevera alguns "iluminados da causa" (coisa que não sabem alguns outros amigos de teologia) - estão temos aí o princípio da barbárie, assim como a derrocada dos valores que fundaram a nossa civilização.

   Entendam: quando falo de "pobres" não o faço vislumbrando uma categoria de pensamento, uma "estética", mas o estado de seres humanos que, assim como eu, são possuidores dos mesmos direitos e dos mesmos deveres. Prescindir disto é loucura.

   O problema geral é que pensadores modernos sequestraram a pobreza dos pobres, fazendo da mesma uma "logia" de classes, construindo uma espécie de propaganda e um construto para destruir inimigos, eliminar responsabilidades individuais, eliminar o direito dos pobres à liberdade, assim como para fundar justificativas que não fazem justiça aos pobres. Em sua fraqueza, mais uma vez a pobreza foi sequestradas e, para o mal destes, aqueles que os defendem são os mesmos que querem salvar o mundo - na verdade, destruir a razão e os inimigos.


   Nisto eu concordo com os marxistas: abaixo ao preconceito de classes.

Amor Obscuro


   A verdade é uma só: Lula apoiou objetivamente o narcotráfico quando, na presidência, poderia esmagá-lo. Claro, foi um dos fundadores do FORO DE SÃO PAULO - aquela agência que reuniu toda a esquerda da AL (incluindo a armada como o MIR e as FARC).

   As FARC mantém 700 presos em cárcere, tendo realizado assassinatos, sequestros etc. Soma-se a tudo isto o fato de que os senhores Frei Betto, Leonardo Boff, Emir Sader e etc., escreviam (ou ainda escrevem) em uma mesma revista que apoiava (ou apoia) a revolução cubana e demais revoluções armadas na AL, enquanto Marulanda era o chefão das FARC e escrevia artigos ao lado dos senhores que citei a cima.

   Legalidade e democracia para quê? Coisa de reacionários, formalistas e burgueses, como acreditava o sr. Lênin. O negócio é meter bala para o alto e nas "testas brancas", passando por cima das leis em nome da "justiça" ou da "libertação".Eca com esta gente toda afetada de um amor obscurantista.

   Lembro-me de um professor meu que disse que ele empunharia armas em nome da "revolución". Mas graças a Deus, porque eu nunca acreditei nesta droga.


OBS: Este professor nunca se arrependeu disto.