terça-feira, 21 de agosto de 2018

A Solidariedade, o Marxismo e os Loucos da Cabeça

   A solidariedade só existe a partir de um princípio espiritual ou metafísico que ilumina, eternamente acima de nós, o nosso juízo para distinguirmos, por um lado, a nobreza de uma ação ou, por outro lado, a vileza ou fealdade dela. Nem o costume e nem a matéria explicam em si o que é o bem ou o mal.
   É justamente neste ponto em que a solidariedade se torna um valor impossível na teoria marxista, já que essa é materialista e compreende os valores apenas como epifenômenos da organização material.
   Sem exageros, a visão de Marx é biótica e é isso que faz com que a revolução não seja um ato de justiça, mas um contra movimento que visa, literalmente, a homeostase, tal como os movimentos revoltos da água visam, ao fim da sua desestabilidade, o repouso.
   É aqui que está focada a noção desse igualitarismo que acaba com todo o conceito de justiça ou solidariedade, que são possibilidades do espírito e de um agente livre, mas não do reino da necessidade que impera de forma despótica sobre a natureza..
   Por tanto, quem aplica o conceito de solidariedade e justiça à teoria de Marx só pode estar louco da cabeça. E é justamente isso que ele afirma quando diz que um dos intuitos do movimento comunista é destruir as verdades eternas.

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