segunda-feira, 14 de julho de 2014

Israel: Breves Considerações

   

   
   
   A propaganda difamatória sistemática é um dos lados da guerra que poucas pessoas estão habituadas a ver, mas hoje é uma das mais eficientes táticas utilizadas por grupos que, atropelando a verdade, buscam ganhar a causa por meio da conquista das consciências. 

   Hoje esta tática encontra-se totalmente em curso, pois é possível ver a oposição radical contra Israel, não levando em conta que comumente os membros terroristas do Hamas escondem o seu armamento no meio da população civil, ou seja: quando um grupo como o Hamas - que é abertamente favorável ao genocídio e extermínio dos judeus - utiliza a população civil como escudo, não há condenação alguma sobre eles, mas quando os israelenses defendem o seu território e o seu povo, gerando consequência trágicas como o "efeito colateral de guerra", então é condenação por cima de condenação.

   É importante considerar que com isto não se nega que haja o elemento trágico neste evento, mas por outro lado deve ser considerado que o território de israel é tão infimamente pequeno perto dos territórios árabes que somente quem fez um juramento de cegueira não pode ver o tamanho da barbárie a que este povo é sistematicamente exposto; e é óbvio que se eles não possuem o direito de viver em seu território, então nenhum de nós no mundo possuímos tal direito. Não é difícil entender isto - aliás, esta é uma das táticas psicológicas que busca desarmar as pessoas da ideia da legitimidade de algumas ações que podem garantir a sobrevivência.

   Há pessoas que devido a esta mentalidade politicamente correta, e extremamente infantilizada, vivem em um mundo extremamente cor-de-rosa e que não são capazes de penetrar na estrutura da situação que envolve empreitas de defesa nacional, assim como a necessidade das mesmas em determinados momentos.

   Infelizmente o Édem foi deixado para trás, assim como a união total entre o gênero humano é um dado no qual podemos por a nossa confiança somente a custa de muita inocência. Há muitas pessoas que possuem argumentos teóricos válidos - como a consideração de que a utilização da força é algo desagradável -, mas que são ineficazes no nível prático - pois a defesa, ainda como o elemento trágico que ela traz em determinados momentos, são coisas que garantem a possibilidade do não extermínio.

   Aquele que não tem cuidado dos seus - como o cuidado que o governo de Israel vem demonstrando -, mas age contra os mesmos a pretexto de não cometer "maldade", não pode ter a capacidade de cuidar, ou até mesmo de amar alguém - eis, por tanto, o paradoxo inexorável e trágico deste campo cujo nome é vida.

domingo, 13 de julho de 2014

Filósofos e Filosofastros

   

   É interessante que muitos dos filósofos que negam a capacidade humana de juízo acerca do real (tipo existecialistas, nietzcheanos, kantianos etc), são aqueles que mais juízos acerca da realidade fazem, negando toda uma herança intelectual e cultural que constitui os pilares sob os quais são consolidadas nossas noções e sentidos sobre o mundo, substituindo-os por uma ideologia nova e que, não se sabe ao certo, busca fundamentar a vida do individuo assim como de toda a sociedade. 

   Não se fala aqui da noção do pensamento que busca uma determinada revisão - o que sempre é algo saudável -, mas sim de uma transvolação radical dos valores, cuja aquilo que vem depois só pode ser uma noção fundamentada na autoridade como uma "imposição de narrativas", e não em um pensamento fundamentado na noção que geralmente se possui da realidade - como indicava Aristóteles ao dizer que a filosofia deveria partir de noções geralmente aceitas, sendo as mesmas ampliadas em círculos concêntricos, indicando a necessidade de uma "herança no  penamento", de maneira que aquilo que se encontrava no "ponto ômega" de uma construção intelectual (e até moral), deveria corresponder aos elementos primordiais da ideia, não contradizendo-os. Mas o que geralmente se vê é a substituição do "senso comum" por uma outra ideia de mundo que é uma ruptura completa a tudo aquilo que se pensou, configurando-se, por tanto, em uma descontinuação histórica, assim como uma contradição lógica dos princípios elementares do pensamento - e até mesmo das relações de um indivíduo no mundo (sejam elas políticas, comerciais, pessoais etc).  

   Não é difícil compreender isto se partirmos da seguinte constatação: geralmente uma filosofia do tipo realista - onde a verdade depende da presença do objeto e não do sujeito que apreende tal objeto - aceita a realidade tal como ela se mostra; mas uma filosofia idealista - tipo kantiano - nega a totalidade daquilo que chega à consciência como tal, ou seja: tudo o que é experiência pessoal não se enxerga a partir da consciência pessoal, sendo mais verdadeiro, não obstante, aquilo que Kant fala do real, do que o real tal como vivenciamos por nós mesmos. Tal vez aí esteja a raiz mais profunda do problema relacionado com a questão da ideologia e da massificação das consciências na história recente: não se enxerga a experiência a partir de si mesmo, mas sim a partir de uma interpretação de terceiros acerca da mesma: não há mais autonomia senão a de um grupo de intelectuais que ditam o sim e o não para nós. 

   Não há uma manifestação mais poderosa acerca disso do que a Universidade moderna que parou de tentar interpretar a realidade para começar a impor aquilo que ela pensa. O problema do Brasil não é a falta de intelectuais, mais o excesso dos mesmos, o que permitiu que o senso pessoal da realidade fosse substituído por uma ideia acerca da totalidade formulada pela cabeça de outros - ainda que a mesma contradiga radicalmente a experiência do sujeito no mundo. Com isso se ganhou em diplomas, mas se perdeu em autonomia, democratizando a estupidez. 



   Não é a toa que esse tipo de "filosofia crítica" seja a predileta para a doutrinação estatal; e não é preciso ser nenhum gênio para perceber o quão afinada estas são a governos que, negando princípios, faz com que a única opção possível seja aquilo que ela reza para todos aqueles que estão sob a sua sombra. Eis a consequência inevitável: prometendo autonomia ela produz apenas servidão. 

terça-feira, 1 de julho de 2014

Trotsky Contra as "Nuvens"




   O materialismo dialético - soberano absoluto nas escolas brasileiras - não é senão a negação radical de qualquer valor intrínseco à vida, visto que tal valor, sob o ponto de vista do materialismo, é reduzido apena a uma variável na cadeia de situações não fixas, mas determinadas por coisas como "cultura", "ponto de vista", "relações econômicas" etc e que desemboca, certeiramente, na revolução afim de criar um "mundo melhor" - a meta absoluta, mesmo que qualquer espécie nefasta de meios justifiquem o fim "glorioso" da sociedade utópica, e ainda que esta desconhecida nunca venha a ser. 

   A inflexibilidade dos valores, assim como de uma ordem no mundo, segundo a compreensão cristã, fornece, por tanto, um apoio no qual o homem, submetido a essas coisas, não pode ultrapassar ou negociar segundo a sua "soberania", ou segundo a soberania de um ideal utópico, visto que, do "ponto de vista" destas leis o homem é recompensado e legitimado ou condenado, havendo, por tanto, uma determinada segurança, e não um horizonte histórico de acontecimentos amorfo e destituído de valores específicos, assim como de meios específicos, fazendo, por tanto, que o nosso destino seja lançado nas mãos de um caos sem princípios e leis, variável ad infinitum et ultra, onde a única certeza é a ausência de certezas, a não ser a certeza do mundo melhor que nunca vem. 

   Já entendia Leon Trotsky que a única oposição séria ao materialismo histórico dialético - que ele defendia ardorosamente - só poderia ser feita seriamente por uma realidade meta-física - caso ela existisse, de fato -, visto que esta seria a única fundamentação séria de uma moral cotidiana ou de valores reais pelos quais seria possível viver a vida, assim como morrer, e que transcendesse o modus operandi do materialismo emperrando-o, e, por conseguinte, o destruindo, visto que esta pedra fundamental contraditaria a ideia de que os fins utópicos de uma sociedade perfeita justificam os meios para se chegar lá - revolução, morte, destruição de famílias, instituições, culturas etc. 

   Segue, aqui, Trotsky: "A moral independente dos 'fins', isto é, da sociedade [perfeita] - quer seja deduzida das verdades eternas quer da "natureza humana" - não é, no final das contas, senão uma modalidade da 'teologia natural'. O céu continua sendo a única posição fortificada de onde se pode combater o materialismo dialético." (TROTSKY, Leon - Moral e Revolução. p. 3)