segunda-feira, 16 de maio de 2016

O Progresso


   A ideia de progresso tem duas escolas especiais, ambas dotadas de esquisitices: uma apela para um fim utópico e que independentemente das ações que se empreenda para se chegar lá, sejam revoluções, assassinatos ou roubos, o nobre fim a todos esses meios justifica; a outra escola afirma que tudo o que é moderno é bom-em-si, e que ir para frente, rumo ao diferente, é o que importa (mesmo que andar para frente seja caminhar para um abismo).

   Contudo, como diria Lewis e Chesterton, o progresso significa avançar para um campo de repouso, o que implica também regressar, tal vez, a um lugar de onde nunca deveríamos ter saído. No livro Cristianismo Puro e Simples de Lewis vemos uma alternativa a estas duas escolas, como segue:

"Progredir, porém, é nos aproximar onde queremos chegar. Se você tomou o caminho errado, não vai chegar mais perto do objetivo se seguir em frente. Para quem está na estrada errada, progredir é dar meia-volta e retornar á direção correta; nesse caso, a pessoa que der meia volta mais cedo será a pessoa avançada." (LEWIS, C. S. Cristianismo Puro e Simples. p. 39)

   Com isso se torna evidente o porquê de que aquilo que no cristianismo se constitui como um ponto alto da vida humana seja chamado conversão, que é o caminho inverso daquele que a humanidade tomou no Éden, quando decidiu, em nome da independência pessoal, de uma proposta boa e agradável aos olhos, se apartar de Deus, avançando no fundo em direção ao caos. Na conversão tomamos um rumo diferente, retornando à união original com Deus, aquela que constitui a verdadeira razão de ser homem.

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