quinta-feira, 29 de maio de 2014

A Inércia Condescendente e a Invasão Vertical dos Bárbaros




   Não me contento, e acho no mínimo pavoroso que ninguém consiga ver nada nisso. É de amargar, pois espernear daqui para ali, para ver se no mínimo uma consciência acende em meio a este tumulto é um trabalho - quase - de Sísifo: quando achamos que vamos rolar a pedra para o outro lado ela, novamente, volta e passa por cima de nós, esmagando-nos.

   A leviandade e o analfabetismo político de um povo intocado dentro se si mesmo, e residente em um mundo prazeroso aos sentidos faz com que, por sua desatenção, repentinamente lhe estourem a porta tomando a sua  vida por assalto.

   Nunca, aos meus olhos, foi tão agoniante ver a inércia de um povo, pois isso - como já disse - é o início de seu próprio castigo. Não adianta "trabalhar as ocultas", na "humildade", pois isso seria semelhante a apagar um incêndio assoprando bolhas de sabão. Tudo isso é semelhante a um indivíduo que, ao ser assaltado, faz um apelo ao assaltante para que ele atente para as boas maneiras. Tudo inútil, pois em determinadas situações é necessário "sentar o pé", pois, do contrário, com uma ação menos enérgica se põe em risco a própria vida.

   Este último decreto (dc. 8.243) da "presidenta" (que erro de português persistente, meu Deus!), simplesmente acabou com a democracia representativa, dando início à lei do mais forte, do movimento mais robusto, mais violento, mas impregnado daquela força esmagadora que, sequer, respeita o outro (a calda do Dragão Ap 12:4) - não estaríamos, aqui, vendo o reavivamento do poder revolucionário marxista?

   A igualdade dos indivíduos perante a lei é o que confere, verdadeiramente, a identidade para a democracia. Trocado o indivíduo por um movimento, o poder estará nas mãos não do voto - que é do indivíduo -, mas do "maior movimento", o que, em si, é o fim do poder das minorias, ou um esmagamento do indivíduo e do poder da consciência individual.

   Por fim, ouvi falar que a revolução, agora, não é mais feita plenamente nas bases, mas é um movimento vertical que, de cima a baixo, ou de um movimento descendente que vai das instâncias maiores do poder à totalidade da vida civil, promove a invasão devastadora de bárbaros e esses, pelo que vemos, não querem o nosso bem, apenas poder. 

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