domingo, 29 de julho de 2018

Consciência e Verdade

   Existe uma coisa particular que se estabeleceu como lei na cabeça de gente que se fez em um ambiente universitário e que por isso anda numa onda incapacitante meio existencialista e meio niilista. Essa coisa é a descrença na ideia da existência de fatos e a crença em narrativa. Tudo isso deriva do vício presente na metodologia de pesquisa acadêmica hegemônica onde vigora a distinção entre fatos e valores e a crença historicista de que a "verdade" pertence a cada estrutura do tempo histórico do qual emerge.
   Não é por acaso que pessoas assim se escandalizam diante da reivindicação de um juízo de fato com pretensões absolutas de verdade. O que pode parecer uma atitude mística de humildade diante do inabarcável é, na verdade, a abdicação do testemunho da consciência como um tribunal que se percebe como o órgão participante na realidade do ser, e como essa parcela do ser que capta, pela consciência, a luminosidade da sua própria verdade.
   O choque escandalizado pode vir em forma de protestos contra o "narcisismo" de sua atitude, o "totalitarismo" da sua reivindicação e a "soberba pretensiosa" da sua forma de pensar. Contudo, ao mesmo tempo, o problema do autoritarismo não desaparece diante dessa atitude intelectualmente niilista de quem tira do seu próximo o poder de afirmar o que viu com os seus próprios e testemunhou com a própria consciência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário