domingo, 1 de junho de 2014

A Gênese Real de Todo o Mal



   Para mim, uma das coisa que traz mais amargor ao meu coração é o divórcio. Mal sabem as pessoas que o casamento, na ótica de Jesus e do Novo Testamento (e infelizmente de maneira mais gritante no meio protestante, entre as ramificações do cristianismo), é algo indissolúvel. O advento da (i)moralidade moderna pôs o desejo pessoal de realização imediata - ou instantânea - acima do casamento.

   A mentalidade da relação como algo descartável é a responsável pela destruição e pelo enfraquecimento da consistência das relações humanas em suas mais diversas manifestações. Nunca termos como fidelidade, verdade, sinceridade, paciência, esperança, perdão, compreensão, doação e auto-sacrifício foram tão inacessíveis e detestados pelos homens, imperando no lugar dessas coisas, quase unânime, aquele método de sobrevivência baseado na falsidade integral, que expõe ao ridículo aquele que nega a mentira como uma arma de sobrevivência legítima.

   Nesse sentido, mentir é a regra fundamental para toda a "boa relação", assim como a pose e a aparência para satisfações daqueles que são guiados, apenas, pelas vistas e não pela via invisível dos valores.

   Não é de se admirar que em meio à desvalorização e degradação da ideia do casamento, surja uma sociedade hipócrita, amante de si mesma, cínica, lisonjeira, e com uma necessidade absoluta de aprovação alheia - resultado da solidão que lhe vem do desprezo metódico, da afetação de superioridade, do engano e da existência sedutora que satisfaz os sentidos, mas não podem remediar e dar segurança para a alma, sendo, na verdade, os meios de perdição da mesma.

   A falta de perseverança na construção de algo sólido, duradouro cujo resultado não pode vir do dia para a noite é, acima de tudo, sinal claro de decadência, pois a visão de mundo moderno apregoou que ser sábio é viver guiado pelo prazer presente, mesmo que isso seja feito às custas da tristeza alheia. Não é de se estranhar que a recompensa disso tudo seja a solidão atroz pela qual muitos se queixam, sem saber, de fato, que essa ilusão e auto-engano onde muitos procuram a felicidade é, na verdade, a gênese real de todo o mal.

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