sábado, 7 de junho de 2014

Escritura, Nazismo, Virtude e Lucro





   Vamos começar com a leitura de dois versículos da Escritura:

   15 - Perfeito era nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti.

   16 - Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas [blilhantes]. (Ez 28:15-16)



   Um dos métodos de interpretação das Escrituras é o alegórico, onde predomina um princípio hermético que compreende a relação entre a história e as passagens bíblicas como círculos concêntricos, ou seja: na micro história bíblica se sobrepõe, significada por esta última, a macro-história universal (e vice-versa). 



   É por este método, compreendendo a Escritura em sua estrutura simbólica, que se faz possível a atualização do seu sentido, hoje, para todos aqueles que compreendem o texto bíblico como intérprete da realidade e como a fornecedora de orientações para a vida presente. 



   Lendo, hoje, na revista Super Interessante (ed. 333) a matéria de capa que trata do envolvimento de gigantes da indústria mundial na construção da Alemanha nazista, me veio uma luz que lançou uma clareza ímpar tanto sobre a Escritura, assim como sobre os eventos históricos e que, resumidamente, se trata disto: 

   01 - Com relação à "perfeição dos caminhos", basta lembrar que o III Reich foi tido como a apoteose da virtude, visto que no movimento foi visível o apregoamento de noções como higiene, fraternidade, fidelidade, trabalho árduo, disciplina, coragem, engajamento, cumplicidade, crescimento econômico e até mesmo a investidura de uma intensa piedade religiosa - interpretando o Füller como um tipo Messiânico do III Reich Milenar (que possui um misto de inspirações pagãs e bíblicas - Ap. 20:6) - foram patentes no Nacional Socialismo (Nazismo). 

   02 - Mas o Nazismo não foi apenas visto, em meio à intensa humilhação após a Primeira Guerra Mundial, como uma luz da virtude que impulsionou a esperança e o alavanque dos ânimos dos alemães para a reconstrução da nação, pois é notório o crescimento econômico vertiginoso experimentado durante o governo do Füller. Por exemplo, a IG Farbem - desmebrada após a Guerra - que contava com a participação de gigantes na área química como a Bayer, subiu o seu lucro de 5 milhões de marcos, em 1936, para 122 milhões de marcos em 1943. 

   Entre as empresas que investiram na reconstrução da Alemanha, assim como influenciaram o boom econômico, o fornecimento de armas, tecnologias para os campos de extermínio, participaram ativamente do governo e que se serviram do trabalho escravo, estão: A IG Farbem (Basf, Bayer e Hoescht - que colaboraram com os campos de extermínio na fabricação do gás Zyklon-B, utilizado nas câmaras de gás), a IBM (que forneceu uma tecnologia de informação para organização de campos de extermínio), Kupp, Siemens, Coca-Cola (desenvolvendo, na época nazista, a Fanta sabores uva e laranja), Nestlé, Dr Oetker, Ford, GM (General Motors), BMW etc. 

   03 - Não é preciso nos delongarmos para compreender o que veio ser a profanação do nome do Nacional Socialismo que, antes - ainda que tenhamos que fazer um esforço para vislumbrar isso (como faço até hoje!) -, era contemplado com uma auréola de de santidade, assim como o seu Füller!

***

   Todas as empresas citadas a cima obtiveram lucros imensos, assim como a promessa de estabilidade e crescimento na Alemanha após a Guerra, mesmo que, em nome dessas promessas e por causa do lucro, tivessem que sacrificar os seus princípios por meio de trabalho escravo, colaboração com os campos de extermínio, financiamento das políticas racistas do Nacional Socialismo etc. 

   É de se notar que, hoje, muitas empresas e políticas públicas contam com um impedimento mortal: a moral judaico-cristã que, como se encontra registrado nas escrituras, proíbe o lucro na base da corrupção e do sacrifício humano como visto nestes dados. 

   Não é a toa que a busca pelo poder seja delimitado - não impedido - por meio de regras e princípios cristãos; e é certamente nisso que reside uma das motivações mais profundas do ódio que, hoje, se encontra voltado para o cristianismo bíblico e para os cristãos que professam a fé no mesmo. 

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