sexta-feira, 25 de março de 2016

Dilma e a Vontade de Pontência

   


   Não é atoa que a evolução da pedagogia em nossa história foi uma escalada decrescente de uma realidade mais ou menos translúcida para um abismo total e indiscernível - a começar por fazer de Nietzsche um pensador da civilização. 

   Mas vamos para os possíveis resultados práticos, sendo a materialização exemplar do engodo realmente esta: quando vemos Dilma Rousseff dizendo de maneira monomaníaca que o impeachment é golpe, ela passa como um rolo compressor sobre a história do país, das leis, do STF, da OAB, e das milhares de consciências que afirmam com uma evidência solar e visível aos olhos de qualquer zé-mané que o impeachment é uma instituição válida - fazendo isso com o intuito de que, livre das amarras "moralistas" das leis que grudam na plebe, ela possa respirar livremente o ar fresco na solidão das montanhas. 

   Mas o que importa, se no universo nietzscheano o que vale é, para quem nele atua, a contrapelo dos fatos, a vontade de potência que faz validar os valores, criando-os, e não se submetendo a nenhum deles? O que Dilma busca fazer, na verdade, é operar uma verdadeira transmutação de todos os valores afim de validar a sua "soberaníssima" vontade para se safar da perseguição dos fatos gerados em sua própria história .

   Sem o saber, Dilma é a encarnação da "ética" "libertadora" do maluco alemão. E nem precisa saber disso, pois somente alguém dotado de uma cabeça de jerico pode simplificar de maneira tão acachapante as leis e o nosso velho mundo.

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