segunda-feira, 18 de abril de 2016

Karl Kraus, a Corrupção da Língua e a Segunda Realidade


  Existe um determinado clima social que permite a ascensão de tiranos. Geralmente tais são destituídos profundamente de senso moral, de realidade e de capacidade de reconhecer erros - podendo ser isso feito no nível verbal, mas não na ação concreta.

   Como deixou claro o jornalista austríaco Karl Kraus, a população alemã do pós Primeira Guerra erra profundamente deformada moral e espiritualmente, sendo isso causado principalmente pelo "clima de opinião" (para utilizar a expressão de Alfred North Whitehead) criado por jornalistas que não economizaram na formação de lugares-comuns que fizeram com que a opinião pública migrasse para uma segunda realidade. Em outras palavras, a ascensão de Hitler ao poder não foi um ponto na curva, mas foi pavimentada pela corrupção da língua levada a cabo pelos intelectuais, transformando a própria língua em um instrumento inviável para a descrição da realidade.

   Aqui temos um problema violento, extremamente presente no Brasil: a corrupção da língua. Esta, tal como vemos nos livros didáticos - que eu já examinei, pelo menos no caso do Paraná -, já que os educadores perderam a sua função de transmitir a realidade, buscando apenas transformá-la, esta patente. Este é um problema dos nossos jornais, das novelas, literatura etc., onde a corrupção ideológica já é tão violenta, que um grupo criminoso como o MST - que teve até aulas de guerrilha com um embaixador Venezuelano em terras Brasileiras (meu Deus!!!) -, é tido como libertador pela maioria esmagadora da nossa classe acadêmica formadora de opinião, que por meio do discurso e da formação de símbolos lançam todos para um mundo paralelo ao mundo real. Isso sem somar os cuspidores da liberdade, aqueles que afirmam que fulana não merece ser estuprada, e mesmo aqueles que não tendo cargos, se põe a vender a República em um quarto de hotel - ou seja: praticando corrupção a céu aberto -, sendo considerado herói, como é o caso do moribundo político chamado Luiz Inácio Lula da Silva.

   Sendo assim, neste estado de alienação moral e de perda da realidade, temos nos contentado com uma ideologia, uma mentira política torpe e grotesca, que prometendo o paraíso na terra, lança através de símbolos confusos a mente da população a um plano que em nada se coaduna com a realidade de fato, pavimentando a oportunidade da ascensão política de indivíduos que, carregados na onda ideológica, oferecem um futuro impossível - mesmo que desejado para indivíduos totalmente desprovidos de realidade e corrompidos moral e espiritualmente. O que teremos de tudo isso senão um mundo totalmente anti-humano, inajustável à natureza das coisas, ou um inferno indescritível?

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