segunda-feira, 18 de abril de 2016

Religião e Política: Imposturas


Portador de uma das mentes lúcidas do século XX, o filósofo austríaco Erich Voegeling, que criou instituições de pesquisa e estudos na Alemanha na década de 60 do século passado - com a intenção de produzir uma nova consciência política após a catástrofe nazista -, gerando resultados importantes que estão para além da imaginação vulgar, concebia a necessidade de olhar todos os processos humanos à luz da presença divina. 

O que há de interessante nisso é que, para ele, foi a perda da realidade, montada na crista da perda vigor espiritual e dos valores eternos, que, no pós-primeira guerra possibilitou a ascensão do nazismo, o que incluía o perda da realidade por parte das Igrejas, tanto católicas quanto protestantes, sendo a opinião pública deformada por intelectuais, educadores, políticos e jornalistas.

No entanto, quando você vê o seu coleguinha mugir coisas como: "devemos separar política de religião", basta refletir o seguinte: quais são os fundamentos sobre as suas concepções sobre o bem e o mal? Fora da realidade do espírito - que é o assunto da religião - não há como saber o que é bom e o que é mal. Sem isso não há ética, e, por isso, não pode haver política, apenas catástrofe. Filosoficamente não há outro caminho: ou é niilismo (como retratado no livro "Os Demônios" de Dostoiévski) ou é espiritualismo.

De uma longa tradição do pensamento espiritualista que vai dos tempos imemoriais, passado pelos profetas de Israel, Platão, Aristóteles, os estoicos, os filósofos e teólogos cristãos, a Idade Média, o Iluminismo Britânico e Americano, Leibniz, Schelling, Hegel, os impérios teocráticos europeus, até uma corrente conservadora moderna em política, a ideia da interpenetração entre religião e política sempre esteve presente - e, considerando o homem como indivíduo que caminha sob juízos acerca da realidade, não há como ser de outro modo.

Mas os ilumininhos, baseados em um provincianismo intelectual arcaico - que remonta à catástrofe da revolução francesa - querem provar que a interpenetração entre religião e política é o mal do mundo. Valha-me Deus!!!

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