quinta-feira, 1 de março de 2018

Deus e a Ciência

 
A fundamentação da ciência moderna - como já afirmada por muita gente - tem a sua pedra angular no monoteísmo - ou o seu repouso necessário - e, em especial, em sua afirmação da onisciência divina. Afirmamos o conhecimento de tudo por parte de Deus e, consequentemente, como que em um refluxo dialético, que tudo pode ser conhecido, o que implica a existência de uma razão estrutural em todas as coisas a partir da qual, e somente a partir da qual, o conhecimento é possível.
   A fé da ciência moderna na possibilidade do conhecimento se aplica apenas a uma parcela mínima da realidade, ao aspecto fenomênico da natureza, ao que se revela a nós pelos sentidos, enquanto expulsa a realidade do espírito, entre outras realidades, do seu universo de compreensão.
   Contudo a própria razão humana não pode ser compreendida como uma derivação de arranjos químicos e muito menos se pode compreender como é que antes do desenvolvimento da ciência o homem tinha fé na sua concreção, antecipando a realidade da ciência em sua própria mente.
   Teríamos que chegar ao absurdo escandaloso para um cientista de imaginar uma pedra vidente, ou um conjunto de átomos entrando em conselho sobre o futuro da humanidade e do universo, ou um escândalo para a razão de imaginar um caos amorfo inicial tomando por acaso a forma de uma complexa estrutura de DNA sem uma razão estrutural anterior a tudo a ser obedecida - do caos não pode vir a ordem.
   Nada é ao acaso e tudo o que é possível, tanto para o homem como para a natureza, já era conhecido no próprio interior de Deus eternamente, ou ainda antes da fundação do mundo, ou em sua razão, o seu Logos e Verbo (nome que é dado pelo apóstolo João a Jesus no início do Quarto Evangelho e que em grego significa razão estrutural ou estrutura da realidade). Aqui está o verdadeiro e único fundamento de qualquer ciência que se nomeie no presente e que se pode nomear no futuro.

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