sábado, 10 de março de 2018

Herbert Marcuse, Sexualidade e Desordem

   Herbert Marcuse é uma espécie de Balaão redivivus, um charlatão sofisticado e poderoso que com o seu sofisma elegante atrai pessoas que se satisfazem com uma aparência de profundidade e complexidade, mas que desprezam aquilo que poderia orientá-las no mundo. Para essas o diletantismo corruptor de Marcuse é um baquete farto e pernicioso, como os doces bocados que penetram no mais profundo do ventre.
   A teoria "filosófica" de Marcuse era de que a continência sexual dos países altamente industrializados (e ele tem em mente, principalmente os EUA) influenciados pela moral puritana dos protestantes, os tornavam violentos. Então, conclui ele, a continência sexual leva a um comportamento rigoroso que recalca as energias psíquicas e por isso, tal como na teoria hidráulica, essa energia recalcada provoca irrupções e rupturas em outros pontos, no caso em questão em guerras, no desejo de domínio e na destruição industrial dos países avançados.
   Diante desse mal conclui Marcuse que a cura é a liberação das energias eróticas contidas. Se essa contenção era necessária no estágio mais primitivo da sociedade, onde a energia psíquica era canalizada para a força de trabalho, já nas sociedades avançadas a liberação das energias sexuais é uma questão de sobrevivência. A sacanagem geral proposta por Marcuse é a pedra de tropeço ou a trapaça para fazer o burguês que ama ser iludido pela moda do dia virar pó diante de gente mais esperta do que ele.
   Marcuse é o pai ideológico de várias anomalias que vem nos corroendo desde a década de 60. Foi dele o respaldo ao movimento Hippie, que tinha como seu mote durante a Guerra do Vietnã o "faça amor, não faça guerra". Também é nele que encontramos o fundamento das ideias que compreendem a teoria "Queer", a liberação sexual, a liberação das drogas e o apoio de qualquer excentricidade como uma tábua de salvação contra a "moral burguesa" ou contra a "moral cristã", de onde - dizem eles - vem todo mal do mundo moderno que substitui o princípio do prazer pelo princípio da realidade - como se ninguém no contexto do sexo livre tivesse matado por ciúme e como se a liberação sexual ou das drogas não fosse um fator de desordens e desintegração da personalidade e das relações humanas.
   Vale lembrar que Herbert Marcuse, que residia nos EUA, era aliado do Partido Comunista em plena Guerra Fria. Isso me faz lembrar da história bíblica de Balaão, o profeta que deu conselhos para que o rei Balaque enviasse prostitutas para o arraial dos israelitas para corrompe-los, já que não podia lidar com o seu poderio militar - o que quase causou a ruína dos israelitas. Por isso, para quem quer se orientar no mundo, Marcuse não passa de uma trapassa ou de um lançador de armadilhas aos inimigos.

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