quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Kierkegaard, o Hábito e a Eternidade

   O hábito é a mais triste das mudanças, e por outro lado com qualquer mudança a gente pode habituar-se; é só o eterno, e por tanto aquilo que se submeteu à transformação da eternidade em se transformando em dever, constitui o imutável, mas o imutável justamente não pode transformar-se em hábito. Por mais firmemente que um hábito se estabeleça, jamais se torna imutável, mesmo se o homem se tornasse incorrigível; pois o hábito é sempre aquilo que 'deveria ser modificado', e o imutável, ao contrário, é aquilo que 'nem pode e nem deve ser modificado'. Mas o eterno jamais envelhece e jamais se torna um hábito rotineiro.

S. A. Kierkegaard - As Obras do Amor; ed. Vozes. p. 55

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