quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Anotações nos Analílicos Anteriores: 1ª Anotação

     O livro inicia dizendo que se trata de um estudo a respeito da demonstração, e que para o prosseguimento do estudo é necessário definir o que significa premissatermo e silogismo, sendo ainda necessário a distinção entre silogismo perfeito e silogismo imperfeito, assim como definir em que sentido realmente se diz estar e não estar um termo inteiramente contido num outro e o que se pode compreender por ser predicado de todo ou de nenhum, ou melhor, o que significa afirmado universalmente assim como negado universalmente. Temos aqui, para compreendermos o que significa demonstração, basicamente dez tarefas, o que inclui esclarecer o significado da própria demonstração. 

    1) PREMISSA: A começar com a explanação do significado de premissa, Aristóteles afirma que esta se trata de uma oração na qual se afirma ou se nega algo e determinado sujeito. Segue-se que a premissa ou a oração tem a sua aplicação a todo o sujeito (seja na negação do todo ou na afirmação do todo), a algo particular desse sujeito (seja na negação de algo particular ou na afirmação de algo particular do sujeito), ou na premissa/oração indefinida, que é aquele se aplica ou não ao sujeito, sem referência à universalidade ou particularidade do sujeito. Assim, Aristóteles expõe que há distinção certa entre a premissa silogística, demonstrativa e dialética - algo a respeito do qual se falará mais tarde. 

    2) TERMO: Aristóteles define de forma criticamente breve o sentido de termo, que significa exatamente "aquilo em que a premissa se resolve", ou seja, aquilo em que a premissa conclui, seja com referência ao sujeito ou ao seu predicado, naquilo que dela se conclui do seu ser ou do seu não ser. Podemos verificar o sentido da palavra no uso comum que fazemos da expressão chegar a termo, se referindo à conclusão do ato, ou no caso aqui em questão, se referindo a sentido limite do silogismo, ou a sua conclusão.

    3) SILOGISMO PERFEITO: Assim podemos entender que o silogismo é constituído de certas suposição, que uma vez feitas, algo distinto das próprias suposições se seguem, levando ao seu termo necessário, ou seja, a certa conclusão. Assim, o Silogismo Perfeito é aquilo que conduz ao termo sem que nada além das próprias suposição concorram para que se alcance o termo das suposições.

      4) SILOGISMO IMPERFEITO: Assim, podemos chamar de Silogismo Imperfeito a oração que requer que outras suposições estejam presentes para chegar a um termo, termo esse que não se segue necessariamente das premissas supostas no silogismo

        5) DA ESTRUTURA DA CONVERSÃO: Aristóteles segue expondo a questão da conversão das premissas nos termos. Assim, entendemos que algum atributo se aplica, ou tem que se aplicar, ou possivelmente se aplica a algum sujeito. Assim, os tipos que se mencionou são divididos em afirmativos ou negativos, conforme o modo de predicação. Assim, no campo da predicação universal, a premissa negativa é necessariamente convertível em seus termosEntão Aristóteles dá o exemplo: Se nenhum prazer é bem, tampouco será alguma coisa boa, prazer. Entendamos a questão mediante análise: Se é um termo que eleva o diálogo para a esfera do hipotético. O início da sentença a caracteriza como hipotética. Prazer é sujeito, e bem é um atributo, e como ou tal está no gênero de coisa que se predica de um sujeito. Portanto, se de forma alguma se predica o bem  desse sujeito, que é o prazer, então se conclui que universalmente não é possível, ex hypothesi, que algum bem seja também prazer. E diferentemente da premissa negativa, cuja conversão em seu termo é universal, a premissa afirmativa é necessariamente conversível, porém não universalmente, ex: Se todo bem é prazer, algum prazer também será bem. Em relação às proposições particulares, a premissa afirmativa tem que ser convertível como particular, ex: Se algum prazer é bem, algum bem será também prazer. E em relação às proposições particulares negativas, elas não são necessariamente convertíveis, pois, como diz Aristóteles, não se segue que se homem não se aplica a algum animal, tampouco se aplicará animal a algum homem.

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