segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O Burguês Inocente


         A vida degradada detém, em seus vários aspectos, um charme específico. Uma certa rebeldia de princípio que representa a "contracorrente das coisas que tradicionalmente se encontram aí", uma revolução, um poder, uma possibilidade de domínio. 
  
   Esse charme do representante da "contracorrente" seduz pois o mesmo torna-se um arquétipo no qual se vislumbra a satisfação das pulsões secretas e das fantasias daquele que é um "correto inocente". Não é outra a explicação que se vê pelo fascínio de alguns com relação a Cuba, Venezuela e por todas as coisas caricatas que vêm dando errado na América Latina.

   Isso é um efeito de massa - que o Brasil, felizmente, vem resistindo - daquele caso particular da atração quase irresistível que o burguês inocente tem, por exemplo, pelo típico hippie tradicional (aquele que cria seus filhos recém nascidos no "trecho", que vive na onda de drogas, de aventuras e que não pavimenta o seu futuro de maneira consequente, que dorme em ruas em nome de um ideal da década de 60 - não estou aqui dizendo "a" ou "b". Que qualquer um faça o que lhe der na telha, ainda que isso vá destruir a vida daquele que assim escolhe; mas esta é a minha opinião!), que, para o primeiro, representa um "ser em transcendência".


   A ingenuidade do primeiro, com toda a sua vida farta, misturado com o tédio e com a imaturidade, leva-o para lugares arriscados que, infelizmente, em alguns casos, desemboca em vícios irreversíveis. Essa é a inocência do típico burguês que, tendo tudo na mão, se estupidifica e começa a se arriscar em uma aventura sem futuro.


   O prazer sem compromisso, com a falta de visão das coisas, é a mistura perfeita que leva qualquer um para a derrota, incluindo a derrota deste típico "Burguês Inocente". 

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