segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

A Tensão Existencial na Apreensão da Verdade da Fé

   Todo o cristianismo seria gnosticismo se Jesus, no momento da ascensão aos céus, tivesse dito: "voltarei tal dia e em tal lugar", marcando um momento limite, um fim da história no interior da história.
   Poucos cristãos ou pastores entendem isso, mas se Jesus tivesse dado uma certeza imanente na história, então a fé perderia sentido assim como viveríamos, como hegelianos, com o absoluto na nossa mente e deixaríamos de viver na tensão existencial da relação entre o tempo e a eternidade, perdendo o drama histórico no interior da nossa vida e a substância humana no interior da história.
   Poderíamos, como marxistas, ou como calvinistas radicais, sentar e esperar o bonde da inevitabilidade histórica passar. Contudo a fé se dá na incerteza do horizonte histórico e na imesão do nosso espírito no mistério divino, não sendo a fé uma mera ciência ou uma informação cuja posse nos daria a possibilidade de descansar de uma vez por todas, como deuses invictos ou como perfectis gnósticos. Não existe apocalipse humano na história que exclua a tensão e a ansiedade da tensão entre o tempo e a eternidade.
   Como cristãos, e não como totalitários que possuem o sentido pleno da história em nossas mentes, ouvimos: "levantem-se, pois não será aqui o vosso descanso", o que nos faz andar e viver no mundo, como peregrinos sem lar, inteiramente pela fé e em obediência ao chamado do Espírito Santo que nos conduz ao êxodo do tempo para a eternidade, da visão mundana para a visão eterna.
   Estamos a caminho!

Nenhum comentário:

Postar um comentário