terça-feira, 17 de outubro de 2017

Os Pastores e a Lei

   Tem muitos pastores que precisam entender algo sobre Direito para que não sejam cúmplices de um tipo de agenda que visa a demolição da República e das Leis, as mesmas Leis que constituem aquelas barreiras que nos separam do caos que torna a vida inumana, e agenda essa em favor da qual eles trabalham sem se dar conta.
   É difícil quando um desejo moral de ver tudo bem (contra corrupção, por exemplo) anda junto com um pensamento equívoco sobre a lei, pois ao invés de promover a boa ação essa mistura acaba dando certeza e força para uma tese equivocada e respaldo para uma ação desastrosa que visa destruir a Lei (algo como "prisão para todo mundo", "10 medidas" - 4 são medidas evidentemente coisa de ditadura - e "habeas corpus é coisa para proteger bandido").
   Ai, ai! Será que não cabe a repreensão aqui contra aquela atitude de fazer do escuro claridade e da claridade o escuro? Não são essas as palavras ansiosas contra as quais cabe o peso do juízo? O que dizer quando uma ação temerária e ansiosa obscurece o bom juízo do qual depende toda paz?
   O ruim de tudo isso é quando os furores virtuosos contra a política, contra a lei, o STF etc. é canalizado por gente mais esperta e oportunista (políticos e até uns dois ministros do STF) que sempre acaba se aproveitando do humor irrefletido do pelotão da virtude para afundar o próprio pelotão da virtude e todo o resto na miséria - aquela miséria que surge do casamento assombroso entre boas intenções e falta de entendimento.

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