segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Tomás de Aquino, a Soberania de Deus e a Eleição de Deus em Graça

   Consequentemente, visto ter sido demonstrado que a operação divina dirige alguns para o último fim mediante o auxílio da graça, e que outros, por serem desprovidos do auxílio da graça, afastam-se do último fim, e como todas as coisas feitas por Deus foram predestinadas e ordenas, desde toda eternidade, pela sabedoria divina, como acima oi demonstrado: é necessário que a acima referida distinção entre os homens tenha sido ordenada por Deus desde a eternidade. [...]

   Do exposto se depreende que a predestinação, a eleição e a reprovação são partes da providência divina, segundo a qual os homens são ordenados para o último fim pela mesma providência. [...]
Pode-se, ainda, demonstrar que a predestinação e a eleição não são causadas por alguns méritos humanos, não só porque a graça divina, que é efeito da predestinação, não é posterior aos méritos humanos, como acima foi demonstrado, mas também se pode demonstrar pelo fato que a vontade divina e a providência divina são a causa primeira das coisas que são feitas e de que nada pode ser causa da vontade da providência divinas [...]
   Diz, por fim, o Apóstolo: "Quem pois antes lhe deu algo, para ser retribuído? Porque dele, nele e por ele são todas as coisas. A ele honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém (Rm 11,35-36).

Tomás de Aquino. Suma Contra os Gentios, Livro III, cap. CLXIII, ed. Ecclesiae p. 595, 596

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