Existem muitos erros de
consideração em relação à teoria da redenção de Calvino, e mesmo dos
reformadores, como se a "pena" fosse o único elemento da redenção,
excluindo dela outros elementos importantes como a ressurreição, a obediência
ativa de Cristo, e mesmo o amor superabundante pelo qual Cristo nos merece a
salvação.
Não haveria, de
fato, redenção, sujeição à humilhação, se não houvesse a supereminência do amor em Cristo e no Pai sobre as demais exigências da
justiça, e isso é provado nas Institutas já que Calvino dedica páginas à
explicação desse aspecto da redenção em que a graça que recebemos e os méritos
conquistados na vida e na Cruz não se excluem.
A tônica, mesmo na substituição penal, é o amor de Deus Pai pelo qual Ele
enviou seu Filho ao mundo, e pelo qual o Filho a si mesmo se dá ao mundo, já
que mesmo para a teologia reformada não só a Cruz (como é o caso de Anselmo),
mas a vida de obediência do Senhor tem aspecto redentor.
É certo, portanto, dizer que amor e justiça se
abraçam, mas ainda seguindo a hierarquia da Escritura (Tg 2:13b), tal
misericórdia é triunfante sobre o juízo, pois é o amor a causa motora da
redenção, não o juízo, que apenas estabelece a forma da redenção, pois salvar é
ato livre e incoado de Deus.
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