sábado, 25 de abril de 2020

O Credo Político e a Apostasia

   Existem muitas pessoas substituindo a justificação pela fé em Cristo pela justificação pela aderência a credo político e, a partir daí, fazendo a distinção entre bodes e cordeiros, afirmando que só é apto à fé quem adere tal e qual pensamento político. Não nego que há políticas de perdição às quais nenhum cristão pode dar a sua adesão, mas há sempre um limite muito estreito entre o interesse cristão e a subversão desse interesse quando ele é sutilmente substituído por um credo político, ou quando a fé é avaliada no mundo político.
   Antes de mais nada a aderência incondicional da fé à política é o primeiro sinal de apostasia, pois subverte a distinção dos domínios, trocando o objeto da fé que é Deus pela fé no projeto político que diz representa-lo. Essa é a razão pela qual é necessário entender que ainda que algum agente político faça gravitar ao redor de si interesses da fé cristã, a distância que separa tal agente político da pessoa do Cristo ainda continua sendo uma distância eterna. Deus não dá a sua glória a outro, e isso é bastante óbvio.
   É imperativo nessa área a devida distinção entre as coisas para que não haja maior confusão quando as coisas começam a desandar. Alguém pode andar com Cristo, mas por ser o que é é possível que tal pessoa peque contra Cristo, ganhando apenas a proteção de uma casca religiosa que camufla em si a distância entre o real e o aparente.
   Quem se camufla no cristianismo invoca o nome de Deus em vão, e infelizmente tal invocação de Deus sempre foi o boi de piranha, a pista falsa que impediu inúmeros cristãos de olharem a realidade, colocando na mira deles apenas a aparência. Não vai longe isso, pois o caso do Anthony Garotinho está aí para provar que não minto.
   O que eu quero destacar aqui é que a nossa fé no Cristo deve permanecer a despeito de tudo, pois ele é o Santo absoluto que permanece intacto a revelia do curso do mundo, mesmo a despeito daqueles que usam do seu nome para angariar o mundo, ou mesmo daqueles que falham em sua missão bem intencionada de representar o seu nome no mundo.
   A certa altura é necessário fazer a devida reflexão se estamos seguindo a Cristo ou aquele que diz representar os interesses de Cristo. Fazer a devida distinção é evitar certamente um doença do espírito que carrega em si um sinal de perdição da mente, da moral pessoal e da vocação que coloca sobre os ombros de todos os cristãos o dever de crer e servir exclusivamente a Deus.

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