quinta-feira, 10 de junho de 2021

A Encarnação de Cristo Conduz à Alteração de Deus em Seu Ser?

    Uma das grandes dificuldades de compreender a encarnação é entender que o que é propriamente de Deus e o que é propriamente do homem são mantidos intactos sem mistura ou confusão. O que geralmente se afirma é que as naturezas humana e divina são unidas na pessoa de Cristo, se mantendo distinguíveis, embora não separáveis na "hipóstase" (substância ou pessoa).

    Dito isso é errado entendermos que a natureza divina passou a sentir ou a sofrer, dado que a natureza divina é imutável. E a nossa consideração vai de encontro à realidade de que Deus é pleno de todas as perfeições, não podendo ser mais do que era e nem menos - pois não há nele mudança ou sombra de variação (Tg 1.17).
    Portanto o que muda e sente é propriamente o homem no que se refere à sua natureza humana, muito embora não seja errado dizer que Deus sofre e morre na cruz por causa exclusivamente da unidade da pessoa (hipóstase), pois atribuímos formalmente tudo o que pertence às duas naturezas (que segue distintas) à pessoa una de Cristo, que é o Deus que morre pela nossa salvação (1 Co 2.8; At 20.28).

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