terça-feira, 8 de setembro de 2015

Revolução ou Gratidão


   Todas as vezes que eu ouço alguém proclamar um "novo mundo" eu fico cá a pensar em tantos outros que no passado já pensaram assim. 

   Talvez a história do "novo mundo" não seja tão nova quanto todos pensamos, mas quem fala de "novo mundo" se referindo às próprias ideias, na esmagadora maioria das vezes só deseja infundir um determinado charme a si mesmo, e não raro acaba desprezando toda a boa vontade de um passado do qual é filho.  

   É essa a soberba que acaba caracterizando aqueles que proclamam a própria originalidade, e que enxergam o passado somente como algo a ser superado, o futuro a ser unicamente construído e no presente nada a ser conservado. 

   Tal vez isto tudo reflita um pouco o pensamento de Mikhail Bakunin, que se achava tão corrompido pela sociedade que, não obstante acreditar em um futuro melhor, enxergava tudo o que existia a sua frente como algo a ser destruído, e nada a ser construído, pois não conseguia sentir reverência por nada daquilo que o cercava. 

   Pensando em tudo isso posso chegar a imaginar que a razão do ódio contido em um projeto de revolução permanente reside justamente na incapacidade que as pessoas possuem hoje em dia de sentir um pouco de reverência e gratidão. E se olharmos para qualquer canto não nos faltará motivos para reverenciar e agradecer. 

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