quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Thomas Hobbes, a Paz e a Ordem


   
Eis uma ideia fundamental que guia a minha compreensão acerca do ser humano: o homem natural (compreendendo por "natureza" algo relativo à existência do ser humano com as suas pulsões, ódios e propensão animalesca, mesclada ambiguamente com a racionalidade e dimensão metafísica) deve viver guiado por leis, códigos sociais etc., para que haja a possibilidade de civilização - como diria Freud: a repressão das pulsões, a criação de tabus e normas sociais é aquilo que retirou o ser humano do estado de animalidade.

Mas seguindo esta ideia, vejamos o que diz Thomas Hobbes, contrariando a teoria romântica de Jean-Jacques Rousseau que exaltava o "homem" natural, aquele que em seu estado pré-contratual é alguém puro, sendo maculado apenas por causa da vida em sociedade (a vida prós-contratual):

"A lei natural (lex naturalis) é a norma ou regra geral estabelecida que proíbe o ser humano agir de forma a destruir a sua vida, ou privar-se dos meios necessários a sua preservação. [...]

Da lei fundamental da Natureza [aqui no sentido de natureza enquanto metafísica, ou seja: da finalidade inerente à natureza das coisas cujo objetivo último é o Bem], que ordena aos homens que procure a paz, deriva esta segunda lei: o homem deve concordar com a renúncia a seus direitos sobre todas as coisas, contentando-se com a mesma liberdade que permite aos demais, na medida em que considerar tal decisão necessária para a manutenção da paz e de sua própria defesa. Se cada qual fizer tudo aquilo a que tem direito, reinará a guerra entre os homens." (HOBBES, Thomas. O Leviatã: Ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil. p. 111, 112)

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