sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Do Gnosticismo do Artista Nu ao Castelo Teórico Cristão de Tomás de Aquino


   O processo de dessensibilização progressiva levada a cabo por meio de microtransgressões vai fazendo você aceitar pouco a pouco aquilo que antes achava absurdo. Alguns tolos levados nessa onda acham que isso é um processo de esclarecimento enquanto se trata de um processo de dessensibilização moral e de um apagamento da chama da razão capaz de discernir e criticar tudo o que é grotesco.
   É interessante que nesse processo o "crítico" é justamente aquele que luta contra tudo aquilo que denuncia a sua insensibilização, taxando de "retrógrado", "fundamentalista", "moralista" todo tipo de pensamento que nos livra a todos de cairmos no abismo. O 'avant-garde du retard' nos levará para as cavernas, mas pensa estar "avançando" para um mundo melhor, e daí descobrimos que esse mundo melhor é o lugar onde uma criancinha é incentivada a tocar no corpo de um homem nu no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
   Podemos formar um símbolo interessante para esse evento, que é: da mesma forma como o corpo imolado de Cristo era o elemento da sala central do castelo teórico da vasta obra filosófica e cristã de Tomás de Aquino, o corpo nu do homem que se deixa ser tocado por uma criança é o elemento central da sala do gnosticismo moderno, que tendo insensibilizado as mentes na busca de um paraíso mundano, deu a crer que as ambiguidades, os conflitos morais e espirituais humanos já não permeiam o estado de inocência alcançado pelo avanço da mentalidade moderna.
   A mente cauterizada daqueles que venceram todas as travas e tabus é a mesma que acredita no próprio bem enquanto comete a mais grotesca barbárie. 

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