quarta-feira, 13 de setembro de 2017

O Dom do Conhecimento



   Hoje eu fico com cada vez mais espanto quando busco compreender de onde as pessoas tiram a ideia do bem e mal, do certo e do errado.
   Se eu fosse um relativista ou um historicista radical diria que essa compreensão está relacionada com o modo de compreender o mundo de cada época e de cada povo, e que cada qual está certo ao seu modo. Mas como eu posso saber que "cada um está certo ao seu modo" se esse relativismo esvazia a própria ideia de bem e mal, e que, por isso, nunca atingimos com a nossa mente o que sejam essas coisas de fato? 
   Por mais que gente sabida ache superstição a ideia de iluminação eu não consigo não constatar realmente que quem nos esclarece o certo e o errado é a presença divina sem a qual não seria possível um bem no mundo, já que o bem, necessariamente, deve ser sempre o mesmo, eternamente igual a si e perdurar assim por todo o sempre. 
   Sendo o mal o que é, qual não seria a ignorância de quem nunca soubesse o que essa coisa é, sendo impossível o discernimento sobre o certo e o errado? Que vida degenerada não viria daí? Já afirma o cristianismo que o mal é o afundamento radical na contingência, pois privados da referência da luz do ser a mente humana é enterrada nas trevas do não-ser, onde não há definição mas apenas trevas, degeneração e ignorância.

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