quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Carta aos Hebreus 5.11-14: 10ª Exposição (ὀφείλοντες εἶναι διδάσκαλοι): Vocês já Deveriam Ser Mestres

Texto grego de hebreus 5.11-14
11 Περὶ οὗ πολὺς ἡµῖν ὁ λόγος καὶ δυσερµήνευτος λέγειν, ἐπεὶ νωθροὶ γεγόνατε ταῖς ἀκοαῖς. 12 καὶ γὰρ ὀφείλοντες εἶναι διδάσκαλοι διὰ τὸν χρόνον, πάλιν χρείαν ἔχετε τοῦ διδάσκειν ὑµᾶς τινὰ τὰ στοιχεῖα τῆς ἀρχῆς τῶν λογίων τοῦ θεοῦ, καὶ γεγόνατε χρείαν ἔχοντες γάλακτος, [καὶ] οὐ στερεᾶς τροφῆς. 13 πᾶς γὰρ ὁ µετέχων γάλακτος ἄπειρος λόγου δικαιοσύνης, νήπιος γάρ ἐστιν· 14 τελείων δέ ἐστιν ἡ στερεὰ τροφή, τῶν διὰ τὴν ἕξιν τὰ αἰσθητήρια γεγυµνασµένα ἐχόντων πρὸς διάκρισιν καλοῦ τε καὶ κακοῦ.
Tradução e Comentário:
11Περὶ οὗ πολὺς ἡµῖν ὁ λόγος καὶ δυσερµήνευτος λέγειν, ἐπεὶ νωθροὶ γεγόνατε ταῖς ἀκοαῖς. - "Acerca do qual muito ainda temos a dizer e de difícil explicação, visto que vocês se tornaram lerdos [ou preguiçosos] no ouvir"

    O escritor da Carta dá continuidade à sua fala após dissertar sobre a constituição sublime do sacerdócio de Cristo, constituição que é luminosa o bastante para se tronar, às vezes, indiscernível mesmo por aqueles que, em sentido estrito, deveriam mais para ela atentar, já que beneficiários dela. Não estranhamente Cristo é desconhecido pelos seus, e o pregador da Carta aos Hebreus sente aqui certa dificuldade em fazer avançar o tema, pois se encontrando limitado pelos ouvidos pesados daqueles aos quais direcionava, não rompe a gravidade, elevando a razão e espírito em direção ao conhecimento daquele que atravessou os céus (Hb 4.14), já que, por força da negligência, as mentes de muitos ouvintes ainda são densas demais para alçar tal vôo no Espírito. Essa é a realidade do ministério pastoral que tem acompanhado a Igreja desde os tempos apostólicos, sendo essa carta um pesado testemunho.

    Assim ele diz: Acerca (Περὶ) [d]o qual (οὗ) muito (πολὺ) para nós a dizer e de difícil explicação (ἡµῖν ὁ λόγος καὶ δυσερµήνευτος λέγειν), visto que vocês se tornaram preguiçosos (ἐπεὶ νωθροὶ γεγόνατε) quanto aos ouvidos, (ταῖς ἀκοαῖς.)". Havia muito ainda a ser dito sobre as realidades mais altas para o espírito a respeito da fé, mas o fato de que eles se tornaram preguiçosos (νωθροὶ γεγόνατε) impôs um óbice óbvio à prossecução do intento. Tão mais terrível é o fato de que os tolos e tardos de coração (Lc 24.25: ἀνόητοι καὶ βραδεῖς τῇ καρδίᾳ) constituem uma parcela real da igreja, parcela da qual podemos realmente fazer parte se não levamos a sério a nossa vocação. Aqui trata-se de um embotamento da mente do qual podemos ser culpados quando negligentes em relação àquilo que é proposto pela fé.     Mas aqui há um agravante que se revela tão mais pernicioso quando entendemos o contexto da fala: os destinatários da Carta estão na eminência de suportar a provação da fé, ou, em alguns casos, já haviam sofrido o dano em função dela. A leniência se torna periclitante, pois a sua periculosidade para a fé é agravada em um contexto de perseguição. A razão disso é que o conhecimento só pode deitar raízes profundas em um coração receptivo à fé, e em um coração que possui uma fé desenraizada, a apostasia é tão mais possível do que em um coração profundamente comprometido com o conhecimento de Deus. Só desejamos conhecer o que amamos, e porque amamos. O amor é o móbile que nos impulsiona em direção ao objeto do amor; no fundo, amor é desejo de participação, experimentação e, por tanto, do conhecimento. Não há conhecimento profundo sem amor profundo. E isso mostra que é lerdo de coração quem é lerdo no amor; é a ausência de amor a causa da ausência da perseverança no conhecimento de Deus. Os tardos são reprováveis não porque não conhecem necessariamente, pois quando iniciamos não sabemos todas as coisas; mas são reprováveis porque não amam, e por que não amam não conhecem o objeto do seu amor que já deveria ser conhecido razoavelmente em função do tempo decorrido desde a profissão da fé.
12καὶ γὰρ ὀφείλοντες εἶναι διδάσκαλοι διὰ τὸν χρόνον, πάλιν χρείαν ἔχετε τοῦ διδάσκειν ὑµᾶς τινὰ τὰ στοιχεῖα τῆς ἀρχῆς τῶν λογίων τοῦ θεοῦ, καὶ γεγόνατε χρείαν ἔχοντες γάλακτος, [καὶ] οὐ στερεᾶς τροφῆς. - "Pois, com efeito, devendo ser mestres em função do tempo, outra vez vocês tem necessidade de que alguém os ensine os princípios elementares dos oráculos de Deus, e vieram a ser necessitados de leite e não de sólido alimento"

    Pois, com efeito, (καὶ γὰρ) devendo ser mestres (ὀφείλοντες εἶναι διδάσκαλοι) por causa do tempo (διὰ τὸν χρόνον). Eis uma sentença que evidencia com luz solar o fato de alguns serem tardos de coração. Algumas coisas se tornam radicalmente evidentes por causa do tempo (διὰ τὸν χρόνον). É impossível que decorrido certo tempo de profissão de fé não surjam os frutos que certamente surgiriam com certo proveito da graça recebida ao longo do tempo. Há uma doença do espírito que, ainda que oculta, se torna manifesta διὰ τὸν χρόνον. Assim é a qualidade da árvore que se torna cognoscível por causa dos seus frutos. Se o pregador não consegue alcançar certo voo para discorrer sobre certas realidades da fé a um povo que já deveria ser constituído de mestres (διδάσκαλοι), eis a negligência manifesta, negligência que acusa a doença do coração - pois a possibilidade do voo está condicionado ao conhecimento, e o conhecimento está condicionado ao interesse dos ouvintes, e se no tempo determinado do voo eles ainda rastejam, algo sinaliza que são tardos e lerdos de coração, pois desinteressados por Deus.

    O trabalho retrocedeu e torna-se necessário voltar aos ensino dos princípios elementares. Mas esse ensino já foi feito, e a construção da frase torna claro o retrocesso: Outra vez (πάλιν) vocês tem a necessidade (χρείαν ἔχετε) de alguém ensinar vocês (τοῦ διδάσκειν ὑµᾶς τινὰ) os princípios elementares (τὰ στοιχεῖα τῆς ἀρχῆς) dos oráculos de Deus (τῶν λογίων τοῦ θεοῦ,). Portanto outra vez (πάλιν). A apostasia pode ser evidenciada por causas exteriores, como a perseguição e o muito sofrimento, ou até mesmo a muita bonança, mas sempre permanece um mistério residente na vontade dos homens o porquê de alguns, sob a mesma provação, perseverar e outros não. Não discorrerei aqui sobre a questão da predestinação como causa da graça que move os perseverantes. Quero me ater à realidade concreta do homem enquanto responsável pela apostasia. É por isso que identificamos como causa próxima da perseverança o amor a Deus, tal como é o amor a causa do conhecimento. Estamos lidando com uma comunidade afligida pela pressão exterior. E esse tipo de tentação pode arrebatar dos corações a semente do evangelho. É por isso que vocês tem necessidade (χρείαν ἔχετε) de alguém ensinar vocês (τοῦ διδάσκειν ὑµᾶς τινὰ). O serviço pedagógico já foi feito, mas o fato de não se poder continuar a edificação do conhecimento tornou prejudicada a base; também não negamos que o fato de eles terem se mostrado preguiçosos quanto aos ouvidos (νωθροὶ γεγόνατε ταῖς ἀκοαῖς) possa indicar algo como um costume arraigado - o que significa que eles podem ter ouvido pesadamente, não tendo o seu ouvir mesclado à (Hb 4.1,2), e por isso ouviram desinteressadamente, ficando esses para trás, e isso desde o início da caminhada. A carta constantemente alerta para o perigo da negligência, o que torna óbvio o problema de um certo arrefecimento do estado de entusiasmo que não foi aproveitado por um amor arraigado. Então eles tem necessidade de que alguém os ensine, que os reevangelize [n]os princípios elementares das Palavras de Deus (τὰ στοιχεῖα τῆς ἀρχῆς τῶν λογίων τοῦ θεοῦ). Com tal conhecimento prejudicado em sua base pela negligência dos ouvintes, não é possível avançar.

    E assim continua o pregador: e vieram a ser como tendo necessidade (καὶ γεγόνατε χρείαν ἔχοντες) de leite (γάλακτος), [e] não ([καὶ] οὐ) de alimento sólido (στερεᾶς τροφῆς). Temos como até bizarro o fenômeno dos tempos modernos de filhos que se recusam a crescer, alcançar independência e sair da casa dos pais. Esse infantilismo moral, a recusa obstinada de crescer, tomar sobre si a responsabilidade e praticar a palavra é uma realidade cuja causa já sinalizamos como a falta de amor, pois do amor só é capaz o homem maduro. A vida cristã sobre uma base prejudicada torna os negligentes como necessitado de leite, e não de alimento sólido. Mas mesmo para aquele que perdeu a primeira infância, já a ela não se pode retornar, e é por isso que o trabalho se faz ainda mais duro, tanto para o que ensina quanto para o que é ensinado. Mas para a humilhação do negligente ele não pode negar leite, pois está inabilitado a participar de alimento superior. Sim, esses já deveria ser mestres por causa do tempo, mas carregam sobre si mesmos o fardo da primeira infância, o que se constitui também e um fardo para outros, pois ainda se tratam de meninos em Cristo.
    
13πᾶς γὰρ ὁ µετέχων γάλακτος ἄπειρος λόγου δικαιοσύνης, νήπιος γάρ ἐστιν· - "Porque todos os que participam da lactação é principiante na palavra da justiça, sendo criança"

    Assim o autor da Carta explica: Porque todos (πᾶς γὰρ) o[s] que participam (ὁ µετέχων) [do] leite (γάλακτος) [é] inexperiente (ἄπειρος) [na] palavra da justiça (λόγου δικαιοσύνης,), pois [ainda] é criança (νήπιος γάρ ἐστιν). Não é criança porque toma leite, mas é necessitado de leite porque ainda é criança. À criança é característica a falta e juízo, pois é característica a inexperimentação. A razão madura vem do hábito pelo qual se exercita e se experimenta a razão, pois a razão "não nasce pronta". Podemos dizer que o homem é uma tábula rasa em relação aos conceitos e juízos, os quais só são formulados em nossa mente pelo processo que começa pela experiência dos sentidos externos. A experiência nos fornece os dados pelos sentidos, os quais imprimem imagens em nossa mente que são como a matéria prima para a realização de juízos e conceituações através daquilo que chamamos de "sentidos internos" (razão, vontade, imaginação etc.); e quanto mais esse processo é repetido - processo que chamamos de abstração -, mais vamos atingindo das coisas um conceito mais perfeito, assim como tanto mais estudamos uma matéria qualquer (algum objeto das ciências naturais ou das "ciências humanas" - história etc.), mas vamos aglutinando informações que nos fazem adquirir uma ciência mais perfeita mediante abstrações mais adequadas e aperfeiçoadas pelo exercício da razão. A Palavra de Deus, ou os oráculos de Deus, são também informações para a nossa mente, pois ao se revelar para nós Deus nos disponibiliza dados e informações pelas quais podemos formar uma noção de Deus e da sua vontade. Obviamente que pelo conhecimento das coisas podemos ir ascendendo ao conhecimento de Deus segundo as luzes da nossa razão. Se isso não fosse assim, jamais entenderíamos ou praticaríamos a rejeição ao pecado; jamais entenderíamos o que significa se o conceito de fé não fosse para ser entendido. O que não é minimamente compreendido jamais pode ser praticado. Portanto, ao compreendermos as Palavras de Deus, e praticarmos aquilo que ele nos ordena em Sua Palavra, mais vamos moldando a nós mesmos, conformando a nossa vida segundo a Forma da Palavra de Deus, ascendendo em direção à justiça na força do amor a Deus. Ora, não negamos o poder influenciador e sustentador do Espírito de Deus em todo esse processo, onde a graça infundida em nós eleva a nossa natureza; contudo esse processo acontece em nós, na nossa humanidade, e é na nossa humanidade, em unidade com o Espírito divino, que vamos ascendendo até o conhecimento de Deus. Deus amplia e desperta maximamente as nossas faculdades em direção à nossa unidade com Ele.     Assim sendo, aqueles que, por serem crianças, não são aptos à plena fruição da sua razão para o conhecimento mais profundo de Deus. Crianças não podem suportar a alimentação pesada, pois seus órgãos não suportam alimento pesado. Da mesma forma, os meninos em Cristo, não estão aptos a experimentar um peso mais intenso da Glória de Deus, pois a sua fragilidade resultaria na rebentação. Meninos em Cristo não estão prontos para suportarem a glória de Cristo, antes devem ser carregados por aios que os conduzam até poderem realizar a maturação das próprias pernas, pois nem mesmo estão aptos a decidirem por eles mesmos, e por isso não estão aptos a gozarem verdadeiramente da liberdade dos Filhos de Deus, pois tal liberdade não é necessariamente a liberdade de sermos livre do julgo do pecado, se configurando também em poder decidir o que é agradável a Deus e rejeitar aquilo que lhe desagrada, e assim somos livres da ignorância que torna lentos nossos passo. Lerdos, somos um peso, o que torna impossível sermos elevados em inteira liberdade ao Cristo que atravessou os céus.
14τελείων δέ ἐστιν ἡ στερεὰ τροφή, τῶν διὰ τὴν ἕξιν τὰ αἰσθητήρια γεγυµνασµένα ἐχόντων πρὸς διάκρισιν καλοῦ τε καὶ κακοῦ. - "Mas o sólido alimento é para os consumados [maduros], aqueles que, pela prática, tem suas faculdades exercitadas para discernir tanto o bem, quanto o mal."

    Aqui o escritor da Carta aos Hebreus fala para quem convém o alimento sólido, ou seja, os τελείων. É aos maduros (τελείων), ou consumados que convém o alimento sólido (ἡ στερεὰ τροφή). A palavra τελείων está radicada na palavra τελος, que significa propriamente o ponto de chegada ou o fim. Nesse sentido τελείων também pode significar consumado ou realizado, e nesse sentido, metaforicamente falando, maduro, no sentido do desenvolvimento que atingiu o seu auge. Por tanto falamos do auge do desenvolvimento de uma vida consumada, finalizada, ou acabada, que atingiu o seu fim supremo de forma feliz. É justamente para esse tipo de cristão que desenvolveu ao máximo a sua potencialidade que convém o alimento sólido.

    Entendamos por alimento sólido, as verdades mais profundas da fé. Portanto, para esses está reservado a verdade em sua claridade máxima; contudo, como se chega a tal τελος (télos)? O texto explica: os que, por causa da prática (τῶν διὰ τὴν ἕξιν). Há uma exercitação que reforça e aprofunda o nosso espírito em direção ao conhecimento de Deus. Obviamente tal prática é a prática dos preceitos da fé, ou a prática das palavras de Cristo, aqueles que não são apenas ouvintes, mas sim praticantes, algo comum ao homem que estabeleceu a sua casa sobre a rocha (Mt 7.24). Sendo assim, há uma consequência para a prática das Palavras de Deus: tem suas faculdades exercitadas (τὰ αἰσθητήρια γεγυµνασµένα ἐχόντων), para discernir [discriminar] (διάκρισιν) [tanto o] bem tanto quanto [o] mal (καλοῦ τε καὶ κακοῦ). Ora, o τελος se atinge mediante a prática da palavra pela qual as nossas faculdades são exercitadas. E quando se refere às faculdades, o autor usa a palavra αἰσθητήρια que se refere especificamente ao sentido interno, ou seja, ao entendimento, ao órgão de percepção, e, portanto, à faculdade da razão, ali na parte superior da nossa alma, o nosso espírito, onde portamos a imagem de Deus. É justamente nesse ponto de diferenciação que se encontra o específico da humanidade para onde se direciona a Palavra de Deus, se dirigindo às nossas faculdades a serem exercitadas para realizarmos bom juízo a respeito do bem e do mal. No fim, é o bom exercício dali que resulta a nossa habilidade de discernimento para percebermos o que é καλοῦ (kalou), assim como o que é κακοῦ (kakou), sendo καλοῦ de καλος (kalos), que é uma palavra que significa o bem, belo, honroso, apropriado, conveniente, palavra cujo significado é diametralmente oposto ao significado de αἰσχρός (aischrós), que significa deformado e carregando metaforicamente o sentido de vergonhoso, indecente, desonroso, vil. Assim, a palavra αἰσχρός é, neste texto de Hb 5.14, permutada pela palavra κακοῦ, pois tem significado análogo, incluindo aí certo recurso estético por causa de certa homofonia entre καλοῦ e κακοῦ - o que mostra cuidado literário quanto à beleza (καλος) da exposição da Palavra de Deus, convindo perfeitamente ao sentido do que é exposto no texto.

    Percebemos aqui que a elevação da mente ocasionada pela prática da Palavra é algo que confere poder de discernimento, poder que torna o homem capaz de discernir realidades éticas e também estéticas (καλος significa tanto o bem quando beleza nesse sentido moral, pois é beleza moral agradável ao espírito), pois se trata do refinamento daquele ponto em nós, lá onde nós somos imagem e semelhança de Deus, ou seja, o nosso espírito. Sendo assim, o autor clama para que os cristãos hebreus deixem de ser inexperientes, crianças, e se voltem para o τελος, para o ponto de perfeição, para a maturidade, para o auge da vida, de modo que, desta forma, eles estejam fortes o bastante para levar a vida cristã até às últimas consequência, porque, sendo mestres, eles tem poder para dar fim à tarefa do testemunho que é colocado sobre as costas de cada cristão, obrigação essa da qual só poderemos nos desincumbir quando se atingirmmos a maturidade. Amém!

Nenhum comentário:

Postar um comentário