Jesus foi entregue, então, aos soldados para que fosse açoitado, e os açoites retalharam aquele sacratíssimo corpo e aquele peito capaz de Deus. Fez-se isso, pois, para que, como está escrito: "Muitos são os flagelos dos pecadores", sendo ele açoitado, nós fôssemos libertados dos golpes conforme o dizer da Escritura ao varão justo: "Nenhum flagelo chegará à tua tenda".
"Os soldados do governador conduziram Jesus para o pretório e rodearam-no com todo o pelotão. Arrancaram-lhe as vestes e colocaram-lhe um manto escarlate..." [...] No manto escarlate, Jesus carrega as sangrentas obras dos pagãos [...].
"Depois de escarnecerem dele, tiram-lhe o manto e entregam-lhe as vestes. Em seguida, levaram-no para o crucificar" - Quando Jesus é flagelado, cuspido e escarnecido, não leva a própria veste, mas aquela que por nossos pecados assumira; quando, porém, vai ser crucificado, tendo passado toda aquela encenação de deboche e de escárnio, recebe então as vestes originais, assume o próprio ornamento, e, ao instante, os elementos se perturbam e a criação presta seu testemunho ao Criador"1.
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