sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Os Magos e a Adoração dos Gentios

    Em Mt 2.1-12 temos a passagem enigmática que fala a respeito da visita de alguns magos do Oriente. A passagem é, assim, enigmática porque ela discorre sobre figuras que nunca tiveram relevância positiva segundo a fé do Antigo Testamento. Ao contrário disso, a começar pela corte de Faraó (Êx 7.10-12ss), passando pela corte da Babilônia (Dn 2.27), a opinião geral do Antigo Testamento é negativa sobre a classe. Além do mais, ao que tudo indica esses magos eram estudiosos dos astros, o que era muito comum no mundo pagão antigo.

Mas que relevância isso tem para nós? Muita, a começar pelo fato de que se tratam de gentios e não de israelitas, e assim são estes, simbolizando toda a gentilidade (os não israelitas), aqueles que primeiro adoram a Jesus. Assim, segundo o texto bíblico, uma estrela errante (uma estrela não fixa, o que é muito significativo pois a cosmologia pagã indicava que os astros eternos, como deuses, eram as estrelas fixas) os guiou até Belém. Assim esses pagãos não representam bem o paganismo, já que se tinha entre eles que cometas eram sinais de eventos incertos, e movidos por uma estrela movente eles acham o próprio Deus. Dessa forma esses manifestam certa fé.

Não sabemos quem são esses magos, se três como indica a tradição antiga da igreja ou mais, e provavelmente nunca saberemos disso. Mas importa perceber que mesmo no Evangelho mais judaico de todos, a salvação está para além dos judeus, e já começa a distribuir seus dons a começar pelos gentios, que são os primeiros a presentear Jesus com ouro (realeza), incenso (divindade) e mirra (salvação) (Lc 2.11), reconhecendo a sua glória, sendo também orientados por Deus a dar execução ao plano salvífico quando foram advertidos a não avisar Herodes sobre a localização do Senhor (Lc 2.12).

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