sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Porque Atentou para a Humildade da Sua Serva; Ou: Maria, Mãe de Deus

  Não poucas pessoas no meio evangélico tem certa restrição contra uma consideração mais elevada do papel de Maria na história da salvação, e isso em função de certos abusos teológicos contidos na teologia católica romana. Mas como já afirmamos acima, o abuso não pode constranger o uso, e uma reta compreensão a respeito do papel de Maria na Escritura pode iluminar profundamente certos aspectos importantes da nossa fé.

Então aqui para começar francamente: o papel de Maria como mãe de Cristo – e por isso como Mãe de Deus, pois Jesus é uma única pessoa que congrega em si a natureza humana e divina – evidencia a sua posição como a mulher mais importante e abençoada da Escritura Sagrada. De fato, todas as gerações a chamarão de bem-aventurada (Lc 1.48), e assim Maria é por graça e não por coisa alguma pela qual ela pudesse ter alcançado dignidade tão excelsa, pois a graça a dignificou.

Assim podemos aprender algo de Maria: 1) Seu espírito meditativo a respeito das coisas do Senhor (Lc 1.29; 2.19; 2.51); 2) Sua prontidão em dizer sim à missão a qual o Senhor a incumbiu (Lc 1.38ª); A compreensão de sua posição diante de Deus que a visitou por graça, pois atentou para a “humildade da sua serva” (Lc 1.48) – e aqui não devemos entender que a humildade de Maria é uma “causa”, denotando uma virtude pela qual ela conquistou a dignidade de ser mãe do Senhor.

Assim Maria demonstra, principalmente nesse último caso, a via pela qual nós recebemos qualquer coisa do Senhor, pois o que recebeu recebeu por fé, excluindo qualquer consideração grandiosa de si nesse receber, pois só quando nos nadificamos diante de Deus é que recebemos algo do Senhor, pois Deus sempre costuma criar do nada, e enquanto nada formos nada Deus criará em nós.

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