O livro em que pela primeira vez ouvimos a profecia a respeito do Emanuel (עִמָּנוּאֵל) é o livro de Isaías em 7.14. O contexto da profecia era a guerra sírio-efraimita, onde os reinos da Síria e do Israel do Norte se uniram contra o Reino de Judá, ou o Reino do Sul. Essa passagem pode ser melhor compreendida a partir do quadro geral do momento. Nessa época, início do séc. VIII a.C., reinava Acaz (7.1), e a notícia de que o exército sírio-efraimita foi congregado contra seu reino agitou seu coração e o coração do povo como se agitam as árvores do bosque com o vento.
Evidente momento de tentação contra o Reino do Sul, também a situação é iluminadora em função da postura exigida por Deus através do profeta ao rei. Assim se diz para que o rei não temesse ou desanimasse (7.4), pois a história trataria de pulverizar seus inimigos (7.7-9); assim Deus exige uma fé sem a qual o rei não se manteria de pé (7.9) Mas o rei reage com ceticismo (7.11-13), então Deus anuncia a vinda do Emanuel nascido de uma “mulher jovem” ( ou virgem). Essa profecia diz respeito, em primeiro plano – não levando em consideração agora a profecia apontando para Cristo propriamente -, ao rei Ezequias, rei que figura entre os três mais piedosos reis do Antigo Testamento ao lado de Davi e Josias.
Mas qual seria o diferencial de Ezequias que o distinguiu de Acaz? A fé. O ceticismo de Acaz – e do povo – o levou a confiar na guerra (8.6). Nesse mesmo contexto da descrença de Acaz Deus falou a Isaías a não temer o que esse povo teme (8.12); Assim, esse povo tropeçaria em Deus por sua descrença (8.14). E levando em consideração que essa guerra estava situada dentro de uma ameaça maior, a ameaça da Assíria contra a qual Síria e Efraim queriam se fortalecer tomando também o reino de Judá, vemos que Deus frustrou o plano de todos os reinos inimigos de Judá. Em Is 37 vemos que Deus desmontou o exército da Assíria com sua glória (10.17), não com mãos humanas, ou com a violência da guerra.
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