sábado, 21 de março de 2020

Ambrósio de Milão e a Defecção da Liturgia da Sé Romana

   Ao que tudo indica, não parece que Ambrósio, bispo de Milão - cidade situada na península itálica, como Roma -, reconhecesse a autoridade absoluta da liturgia romana sobre si, mas ao contrário, atribui a ela, com base nas Palavras Evangélicas, uma certa defecção.
   Segue o texto:
   "Nós não ignoramos que a Igreja de Roma não tem esse costume [do lava pés], da qual seguimos em tudo exemplo e forma. Contudo, ela não tem esse costume de lavar os pés. Considera, porém, que ela o deixou de lado por causa do grande número. Há também aqueles que dizem, tentando desculpá-la, que isso não se deve fazer no mistério, não no batismo, não na regeneração, mas que se deve lavar os pés como se fossem de hóspede. Contudo, uma coisa é a humildade, outra a santificação. No entanto, escuta: é mistério e também santificação: "Se eu não lavar os teus pés, não terás parte comigo" (Jo 13:8). Não digo isso, porém, para repreender outros, mas para que eu exerça as minhas funções. Desejo seguir em tudo a igreja romana, mas nós também temos razão humana. O que, em outro lugar, se observa de maneira mais correta, nós também guardamos de maneira mais correta". (Sobre os Sacramentos. Livro II.V - Paulus. p. 49)
   Essa passagem de Ambrósio fulmina a ideia de uma indefecção invencível de Roma reconhecida desde sempre por todo o orbe desde o início do cristianismo, assim como a sua autoridade infalível divinamente estabelecida reconhecida sobre todo o orbe terrestre desde o início do cristianismo.

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