quinta-feira, 19 de março de 2020

Algumas Raízes Românticas da Teoria Psicológica de Jordam B. Peterson



   A obra do Jordan B. Peterson, o "Mapas do Significado", se funda na relação dialética entre as polaridades "Apolo e Dionísio" - algo que também Nietzsche trata no "Origem da Tragédia". Apesar do trato lamentável que Nietzsche dá ao assunto em sua obra tardia - principalmente na questão da polaridade "apolínea" (a polaridade da razão, da objetividade, cultura, da pólis regida pela lei, da filosofia de estilo platônico, da noésis, da proteção e da tirania), priorizando em absoluto o polo dionisíaco (a polaridade da subjetividade, da psicologia profunda, da noite, do êxtase, do meta-racional, da "loucura mística", da natureza, do caos criativo ou destrutivo etc.), - essa forma de compreender as coisas se deve, na verdade, a uma constituição típica de uma forma de especulação mitológica que remonta a personagens como o poeta Helderling. Sendo assim esse modo de especulação é fundado na antropologia e ontologia romântica que atingiu a sua altura nas obras schellinguianas que discorrem sobre a "altura noética" (polo apolíneo) e "profundidade apeirônica" (polo dionisíaco), de modo que aí é afirmado que o ser do homem é a chave de acesso a todos os níveis do ser, por possuir todos esses níveis em si. Poucos sabem, mas foi no romantismo onde primeiro se afirmou categoricamente a realidade do inconsciente também. E a razão pela qual essa estrutura de pensamento se encontra na obra de J. B. Peterson é que Peterson pertence à linha da psicologia analítica que foi fundada por C. G. Jung, que é um herdeiro verdadeiro de toda a filosofia clássica alemã.

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