terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Esmagando o Meu Servo

    Após o conselho de seus pais, fugindo também da face de Esaú, Jacó vai em direção a Padã-Arã (פַּדַּנ־אֲרָם = paddam-’arām), que significa campo alto, ou Campina da Síria, lugar que é identificado com a região de Damasco (lugar onde Paulo teve o encontro com Jesus Cristo) na Mesopotâmia, lugar onde vivia Labão, filho de Betuel e irmão de Rebeca, mãe de Jacó. Esse conselho foi dado a Jacó em consonância com o desejo de Abraão de que não fossem tomadas para seus filhos mulheres da terra de Canaã, e antes de sua partida, invocando a Deus pelo nome de El Shaday (אֵל שַׁדַּי = el shāddāy), ou Deus Todo-Poderoso, Onipotente – indicando um superlativo, pois tanto “El” como “Shaday” significam cada qual Deus Todo-Poderoso -, o despede confirmando sobre ele as bênçãos de Abraão. Assim se inicia uma jornada de penitência e conversão de Jacó, partindo de Berseba e indo em direção a Arã.

    Em sua primeira noite, chegando a determinado lugar, Jacó tomou uma pedra que fez travesseiro, e tomado pelo sono teve uma visão onde do lugar que se encontrava até os céus se estendia uma escada, transitando sobre ela anjos com YHWH no topo dizendo sobre a possessão daquela terra por parte dele e de seus descendentes, confirmando as bênçãos de seu pai Isaque, e prometendo a ele proteção. Ao acordar ele levantou um altar e chamou aquele lugar de Betel (בֵּיתְ־אֵל = bêt-’el), que significa Casa de Deus. Depois disso tomou a pedra que recostou a cabeça e fez um altar (a coluna de Betel) entornando sobre ela óleo, e invocando o SENHOR pro meteu dar dízimo de tudo se ELE o levasse e o trouxesse em segurança para a casa de seu pai. Partindo para o Oriente encontrou Rebeca, filha de Labão, irmão de Raquel. Após o encontro Jacó trabalhou para seu tio, Labão, fixando que trabalharia por sete anos por Raquel, sua filha, com o que Labão consentiu.

    Mas a história dá suas voltas, e após os sete anos Labão, ao invés de dar Raquel (רָחֵל = rāhēl = ovelha) em casamento, deu Labão sua filha Lia (לֵאָה = lē’āh = cansada, desfalecida), enganando a Jacó. O enganador foi enganado, e ficou estabelecido que por mais sete anos serviria por Raquel. Para Raquel foi dada Bilah como serva (בִּלְהָה = bilĥāh = cujo significado é casada, velha), e para Lia foi dada Zilpa (זִלְפָּה = zilpāh = cujo significado é gotejante, provavelmente no sentido de “reclamona”). Em Gn 29.31ss começamos a ver a saga familiar de Jacó – tornando-se um joguete da rivalidade das irmãs -, e ao ver o SENHOR que Jacó amava mais a Raquel fez Lia fecunda, ao passo que Raquel era estéril. A história pode ser vista ao longo de todo o cap. 30, mas em resumo Lia teve seis filhos homens e uma mulher; sua serva, Zilpa, lhe deu dois filhos. Raquel lhe deu dois filhos e Bila, sua serva, lhe deu mais dois filhos homens, totalizando um todo de 12 filhos homens e uma mulher, 12 ao longo de 7 anos.

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