quinta-feira, 6 de agosto de 2020

O Pai Trans e a Resposta da Igreja

    A resposta moralista ao pai trans é o fosso da argumentação. O que a Igreja precisa mesmo, como disse o pr. Guilherme de Carvalho, é ressaltar a multidimensionalidade de uma antropologia que realmente defina o papel de um pai no mundo e a inescapabilidade da figura masculina na constituição da própria humanidade.

    Para isso a resposta exasperada é a última coisa a agregar na questão - e a Igreja cristã e seus líderes tem falhado na produção de uma definição sistemática dessa antropologia para um enfrentamento fundado na razão, ou, no mínimo, falhado em atualizar algo que já foi tão bem pensado nesse sentido ao longo da história da Igreja.

    Se a Igreja é a coluna da verdade por ser a depositária da revelação, cabe a ela destrinchar essa revelação para o bem do homem e atualizar a informação dessa revelação em meio à turbulência dos tempos - estabelecendo o um diálogo teológico entre revelação e cultura -, pois sabemos por onde vão os pés dos homens quando o homem está entregue a si mesmo, e nisso a força orientadora do pensamento cristão deve imprimir a sua marca indelével através da virtude de Cristo que não separa o justiça, misericórdia e inteligência.

    É justamente nessa direção que a verdade de Cristo derramada no mundo pela Igreja deve se manifestar, já que a orientação da inteligência é um dos bens supremos de Deus manifestos ao homem, pois dissipando a confusão dos tempos os cristãos podem realmente manifestar a mundo um serviço qualificado a Deus em todas as esferas; um serviço que é manifesto com as marcas da justiça, da misericórdia assim como da criatividade e da inteligência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário