quarta-feira, 5 de agosto de 2020

O Pastor, o Evangelho e a Cultura

   Se um pastor, ao tomar posse do sentido do texto bíblico, não atualiza tal sentido eterno do texto bíblico para a esfera temporal, para os dias de hoje, qual será a utilidade do seu trabalho?

   Se alguém disser a um pastor: "só anuncie o Evangelho", sendo ele impedido da tarefa de ligar o sentido da mensagem do Evangelho ao tecido histórico, ao homem e ao mundo concreto tal como eles existem, não há nenhum trabalho real, pois não há o cumprimento da tarefa de fazer o Verbo Eterno se tornar carne no tempo.

   A pregação do Evangelho é a pregação do perdão e do arrependimento dos pecados, mas ninguém será tão incisivo se não mostrar de quais pecados o homem deve se arrepender, pois para isso é necessário analizar o homem em sua concretude, no seu fazer concreto, e partir daí para analizar a ligação entre a vontade de Deus e o homem que em seus atos e disposições históricas se opõe à vontade de Deus.

   Devido a isso é inevitável o conflito entre o Evangelho e Cultura, pois a cultura é o fazer do homem, fazer que traz as marcas do homem, de suas virtudes, do seu espírito, mas também dos seus pecados que afrontam a Deus e que esmagam o seu próximo.

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