quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Restituição pela Culpa

   É elucidativo o fato de que Deus, no sistema sacrificial do Antigo Testamento, exigia, além do arrependimento e confissão dos pecados, a reparação devida para a remoção da culpa. Não se tratava de um "simples perdão" sem a devida satisfação, já que a partir do sistema sacrificial de Israel não havia perdão sem sacrifício expiatório (Levítico 5:15,16).

   Por outro lado não se tratava de um rito de simples "purificação da impureza ritual", levando em consideração que , no que diz respeito à culpa do homem, a "impureza ritual" é mancha do pecado e, em virtude disso, o próprio pecado. É certo, portanto, que não há remoção de culpa por simples arrependimento sem a devida expiação. É como diz o texto de Números:

   "Dize aos filhos de Israel: Quando homem ou mulher fizer algum de todos os pecados humanos, transgredindo contra o Senhor, tal alma culpada é. E confessará o seu pecado que cometeu; pela sua culpa, fará plena restituição, segundo a soma total, e lhe acrescentará a sua quinta parte, e a dará àquele contra quem se fez culpado. Mas, se aquele homem não tiver resgatador, a quem se restitua a culpa, então a culpa a que se restituir ao Senhor será de responsabilidade do sacerdote, além do carneiro da expiação pelo qual por ele se fará expiação" (Números 5:6-8).

   É nesse sentido que Cristo é o resgate, a restituição pelos nossos pecados mediante a satisfação das exigências da lei de Deus para a remoção da culpa. Impossibilitados como somos de fazer a devida satisfação - à semelhança do que que vai no vs. 8 -, Cristo é, como o nosso sacerdote, aquele que nos substituiu na responsabilidade de realizar a satisfação e a restituição da culpa, o que fez plenamente pelo seu sacrifício na Cruz, levando em si mesmo a pena devida aos nossos pecados, após o qual recebemos o pleno perdão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário