O romantismo é o suspiro lamentoso por um passado amado, mas inexistente. É um idealismo de fuga que, amando um certo mundo que apenas existe na mente, se recolhe no aconchego da concha na qual o indivíduo se afasta do mundo, se portando negativamente em relação a ele.
O problema surge quando, no extremo absoluto da negatividade da Ideia, se passa à ação positiva na implementação do mundo ideal que só pode existir em contraposição ao mundo efetivo. Tal positivação da ideia negativa não pode se dar sem a destruição de tudo o que existe.
O romantismo lamentoso e resignado se transforma no mais absoluto ativismo destruidor, pois o extremo do negativo é, ao mesmo tempo, o extremo do positivo. O absoluto negativo da ideia é a sua mais absoluta concreção.
Todo suspiro romântico guarda assim a suspensão do mundo presente, pois carrega em si a direção de um retorno transfigurado a um momento ideal, o que em seu conceito é o mesmo do se entende por revolução.
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