Comumente se traça um paralelo entre o evento da tentação de Jesus no deserto e o caminho dos Israelitas pelo deserto após a libertação do Egito. Embora em nenhum lugar da escritura sagrada tal comparação seja feita, ela, em si, não é despropositada, mas muito bem colocada. Ao lado dessa comparação existem outras, como a comparação entre a tentação no Eden e a do deserto. Mas trataremos ao longo das três devocionais que se seguem sobre essa comparação, especificando cada das três tentações, tentações que são relatadas nos livros de Mateus (4.2-11) e Lucas (4.2-13), sendo inexistente em Marcos e João. Mas aqui especificamente trataremos da primeira tentação, aquela relacionada à fome e o interesse que que Jesus evidenciou ser nele superior , ou seja o desejo inegociável de ser alimentado pela Palavra de Deus.
No mais, ao resistir à orientação satânica Jesus coloca acima de tudo a vontade divina unicamente à qual ele era realmente submisso, colocando sua relação com Deus até mesmo acima da fome. Aqui Jesus vence onde os Israelitas sucumbiram no deserto ao ansiarem pelas “carnes e pães do Egito” (Êx 16.3), ansiando até mesmo depois de Deus prove-los com carne maná as “cebolas do Egito” por fastio do que Deus havia provisionado (Nm 11.4,5), murmurando contra Ele e pondo à prova a Sua bondade. Nesses dois momentos, ao modo de Esaú, a tendência do povo foi a de ansiar por vender a sua liberdade apenas para comer melhor. Contraponto Cristo, o Verdadeiro Israel, aos israelitas, vemos nitidamente que o bem espiritual deve ser preservado mesmo à custa de certas agruras temporárias que duram um momento. Cristo não vendeu sua posição em Deus ao troco de ter sua fome saciada segundo a orientação do demônio. Aqui, por nós, Ele foi realmente livre.
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