quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

O Confuso e a Liberdade

    O Monark do Flow é um ótimo exemplo, uma vitrine viva em que você pode assistir uma performance marcante de um liberal um tanto quanto extremado (e mal formado) colocando às claras a sua visão de mundo confusa, inexequível, abstrata e um tanto quanto monstruosa.

    Para nós a liberdade não pode ser um princípio absoluto, não é um lugar de onde se parte, mas sim um lugar onde se chega. Não por acaso, todos aqueles que se comprometem com esse tipo de noção de que a liberdade é um princípio de onde se parte em sentido absoluto chegam na conclusão da violência autorizada, ali onde prevalece sempre a liberdade do mais forte.
    Essa noção que eleva de forma atrofiada a liberdade, a transformando em um tipo de fetiche, destrói toda aquela reflexão fina sobre o fato da convivência humana, pois a convivência só é possível com certa redução da liberdade, já que nas relações humanas, para se realizar o que quer que for, sacrificamos certas possibilidades em nome de certas realizações que só são possíveis em função do compromisso que exige a negação.
    Só um quem possui uma visão infantil das coisas abraça uma noção atrofiada de liberdade. Contudo, só a maturidade nos informa que todo ato implica em redução, em sacrifício de certas possibilidades e que só assim é possível trazer à luz certo bem no mundo, incluindo a aquisição da verdadeira liberdade, liberdade que não implica em fazer tudo o que queremos, mas em fazer exatamente aquilo que convém.

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